Chủ Nhật, 1 tháng 11, 2015

Ginástica se despede de Glasgow


Terminou hoje o Mundial Pré-Olímpico com o último dia de finais por aparelhos. Biles conquistou mais duas medalhas de ouro, Uchimura também, e os últimos classificados diretamente para os Jogos Olímpicos foram conhecidos. Como um dia histórico não podia faltar, Manrique Larduet conquistou mais uma medalha, dessa vez na barra fixa, a primeira medalha de Cuba nesse aparelho. Histórico, muito bem organizado e cheio de emoções, o Mundial Pré-Olímpico terminou. E a ginástica se despede de Glasgow com saudades!

Salto masculino

Kenzo Shirai tentou um yurchenko com tripla pirueta, mas chegou faltando e tendo seu salto considerado dupla e meia (D 5.6). Por isso teve que mudar seu segundo salto para apenas um tsukahara com dupla pirueta, senão teria um desconto por ter dois saltos com o mesmo segundo voo. Acabou com notas bem abaixo do esperado. 14.500 + 14.533, média de 14.566.

Donnell Whittenburg fez um bom dragulesco como primeiro salto. Poderia ter menos descontos na chegada: aterrissou com o tronco baixo e deu um salto para frente. No segundo salto, apresentou um ótimo tsukahara com duplo mortal com pirueta. Excelente nota nos dois saltos: 15.100 + 15.600, média de 15.350.

Denis Ablyazin também tentou o mesmo tsukahara de Donnell, mas sem sucesso. Arrisco dizer que faltou rotação e não altura, sendo isso o que ocasionou a queda. O segundo salto foi um yurchenko com meia volta seguido de dupla pirueta e meia de frente praticamente cravado. Salto muio difícil e bem feito. 14.300 + 15.400, média de 14.850.

Marian Dragulescu retornou às finais muito bem e acertou seu dragulescu brilhantemente, tendo apenas um passo na chegada. Seu segundo salto foi o mesmo yurchenko de Ablyazin, só que chegando com sobra. Dragulescu está muito em forma, tem muito altura e espaço para upgrades! 15.300 + 15.500, média de 15.400 e passou Whittenburg.

Oleg Verniaiev conseguiu executar um dragulescu melhor que o romeno e ameaçou, por um momento, a conquista do ouro. Um tsukahara com tripla com um salto largo foi responsável por um desconto maior e deixou o ucraniano em terceiro. 15.466 + 15.100, média 15.283.

Ri Se Gwang fez o salto que leva seu nome, um dragulescu carpado. Chegada baixa, pernas dobradas no segundo mortal (que deveria ser carpado e aparenta grupado) e um passo largo para frente por falta de rotação, foram erros consideráveis e que poderiam ter ocasionado uma nota mais baixa do que a que recebeu. Fez o segundo salto que também leva seu nome com muitos passos nas chegadas. 15.600 + 15.300,  média de 15.450 e passou dragulescu.

Igor Radivilov acertou seus dois saltos, um dragulescu e um tsukahara com duplo carpado. Os dois saltos são muito difíceis de aterrissar e, por conta dos problemas que teve justamente na chegada, acabou fora do pódio. 15.200 + 14.966, média 15.083.

Kim Hansol chegou direto no apoio das mãos e braços e quase zerou seu primeiro salto, uma reversão com dupla pirueta e meia. Ficou uma dúvida se conseguiria saltar o tsukahara com tripla logo em seguida, que ele acabou conseguindo, também com alguns problemas. 14.000 + 15.000, média de 14.500.

Os medalhistas foram:

1 - Ri Se Gwang (PKR) - 15.450 - classificado para os Jogos do Rio
2 - Marian Dragulescu (ROM) - 15.400 - classificado para os Jogos do Rio
3 - Donnell Whittenburg (USA) - 15.350


Trave

A holandesa Eythora Thorsdottir era cotada como um nome para estar nessa final. Tem as linhas bonitas e uma série muito original. Acabou falhando no onodi e perdendo suas chances de medalha, que não eram inexistentes. 12.733.

Sanne Wevers é a segunda holandesa nessa final. Na verdade, a Holanda nunca esteve em tantas finais como aconteceu nesse Mundial. Isso por conta da competição perfeita que fizeram nas classificatórias. Acertou grande parte da sua série hoje e não caiu, mas teve problemas na reversão sem mãos e numa das ligações de giros. Conseguiu 14.333, nota boa mas abaixo da classificatória.

Wang Yan começou a série caindo já no seu primeiro elemento, um dificílimo grígoras. Teve mais desequilíbrios e erros até o fim da série e perdeu a chance de sagrar-se campeã mundial. Deu trabalho para as juízas e a nota de 13.633 demorou a sair.

Viktoria Komova, apesar de não ter caído, se desequilibrou muito durante a série. Quase caiu no twist, perdeu ligações, deu passo na saída... Uma pena não ter acertado. Pode ser que teria tido uma ótima e, talvez, conseguir uma medalha. 13.933.

Pauline Schaefer desequilibrou já no começo, em sua cortada em arco. Na sequência acrobática, quase caiu. Se recuperou e cravou o restante da série, incluindo sua saída de ponta pé esticado sendo a segunda ginasta a executar essa saída nessa final. Talvez seja por isso que no próximo código essa saída tenha chances de ser rebaixada para valor C. 14.133

Ellie Black subiu na trave com muitas chances de ser medalhista, ainda mais depois de tantos erros das adversárias. Mas, assim como no mundial passado, caiu no flic com pirueta. Teve ainda outros desequilíbrios e ficou fora do pódio com 13.466. Ficou claramente decepcionada com o erro.

Simone Biles, atual campeã mundial nesse aparelho, subiu na trave e mostrou para quê veio. Série praticamente toda cravada, muito concentrada e segura. Impressionante, simplesmente isso. A vontade é que todas as ginastas que competiram nesse final tivessem tido a mesma performance. Merecidos 15.358.

Seda Tutkhalyan caiu já no começo da série, a única que tinha chances de talvez ultrapassar Biles e tirar dois ponta pés esticados do pódio. Como na final por equipes, caiu no mortal esticado e acertou o resto da série. Insuficiente para entrar no pódio, conseguiu 13.500.

As medalhistas da pior final desse mundial foram:

1 - Simone Biles (USA) - 15.358
2 - Sanne Wevers (NED) - 14.333
3 - Pauline Schaefer (GER) - 14.133 - classificada para os Jogos do Rio.


Paralela

Depois da final de trave cheia de quedas, Oleg Stepko a final de paralela de forma brilhante. Ele tem uma linha muito bonita, ponta de pé e corpo todo esticado. Alguns probleminhas nos trocos e na oitava à parada em um barrote só, além de um passinho na saída. Poderia ainda estar competindo pela Ucrânia, mas a situação do esporte no Azerbaijão, financeiramente falando, é muito melhor. Nota 15.966.

Hao You, classificado com 15.700, também passou muito bem. Com postura muito boa, digna de chinês, fez ótimos duplos mortais ao apoio braquial, incluindo um duplo grupado com meia volta. Apesar de ter deixado a perna cair no tippelt, cravou a dificílima saída de duplo grupado para frente com meia volta e passou Stepko: 16.216.

Danell Leyva acertou a série com leves problemas. Um pouco de desequilíbrio na oitava à parada com pirueta, altura baixa nos mortais e um passinho na saída. Apesar da série difícil, sua execução e nota D passam um pouco distantes de Stepko e Hao. 15.666.

Oleg Verniaiev subiu no aparelho com uma missão difícil: bater 16.216 pontos. Conseguiu a maior nota nas classificatórias, 16.133, e na final fez tudo o que pode. Foi impecável em tudo, mas não cravou a saída. Somou 16.033, passou Stepko e ficou atrás de Hao.

Manrique Larduet passa sua melhor série de paralelas nesse Mundial. Largadas muito altas, saída cravada e precisou de um pouquinho mais de precisão nos trocos para conseguir um lugar no pódio. Ficou atrás de Stepko com 15.733.

Nile Wilson, apesar da boa série, não tinha condições de concorrer a uma medalha depois de todos antes dele terem acertado. Série limpa, bem feita, muito boa para uma final por equipes, mas fraca para essa final. 15.233.

Deng Shudi, como seu compatriota Hao, também tem bons duplos mortais durante a série, incluindo um duplo carpado de costas saindo e voltando para a posição braquial. Alguns trocos não chegaram à parada e não conseguiu cravar a saída. Empatou com Stepko com 15.933.

Yusuke Tanaka foi o último a competir. Tinha scores muito altos a vencer e não foi intimidado por isso. Sua série teve leves problemas nos trocos e uma saída pregada no chão. Tudo o que ele precisava fazer ele fez, tendo a melhor nota de execução da final. Com a nota D mais baixa que os adversários, conseguiu 15.600.

Os medalhistas dessa final foram:

1 - Hao You (CHN) - 16.216
2 - Oleg Verniaiev (UKR) - 16.033 - classificado para os Jogos do Rio
3 - Oleg Stepko (AZE) - 15.966 - classificado para os Jogos do Rio
3 - Deng Shudi (CHN) - 15.966


Solo feminino

Sae Miyakawa tem ótimas acrobacias na sua série e saltos de dança muito fracos. Não dá pra entender como uma menina tão potente conta com 2 saltos de dança de valor B e um de valor C na série. Apesar de ter acertado tudo, algo que normalmente não faz, a série não passou nenhuma emoção e a coreografia foi bem sem graça, mas suficiente para conseguir um 14.933.

Simone Biles passou muito forte como sempre. Acrobaticamente e artisticamente melhor que Miyakawa, foi muito aplaudida pelo público. Bi-campeã mundial, merece cada décimo pontuado para a conquista do tri:  15.800!

Lieke Wevers acertou muito bem sua série que foca na parte de dança e artística. Tem apenas duas acrobacias e, ao mesmo tempo, menos descontos em aterrissagens. Estratégia difícil a que ela se propõe e hoje executa muito bem. Nota 14.100.

Maggie Nichols talvez tenha uma das séries mais bonitas dessa final. Cravou todas as acrobacias, exceto o duplo carpado, e teve todos os elementos de dança considerados. Muito precisa, tem poucos descontos de execução e consegue um 15.000.

Ksenia Afanasyeva fez sua melhor série nesse Mundial e tem uma série muito mais completa do que Miyakawa. Aumentou a dificuldade da série com ligações de giros e com mais um salto de dança de valor D, que adicionados à belíssima série, resultaram em um 15.100 para a ginasta.

Fragapane foi ovacionada para o público da arena, que foi entretida pela apresentação cheia de pequenos erros. Um passo largo no duplo twist, outro pulo na tripla pirueta e uma saída do tablado no duplo esticado. 14.466.

Ellie Downie cravou toda a série. Chegou em toda as acrobacias com muita precisão. Sua série tem algumas bonificações nas diagonais e é uma série bem montada. Assim como Nile Wilson na paralela, essa é uma ótima série para uma final por equipes e insuficiente para uma campeã mundial. 14.733.

Shang Chungsong, que entrou como reserva devido a lesão da suíça Giulia Steingruber, é mais uma ginasta a acertar a série. Agora sim uma final digna de Mundial! Chunsong tem um solo muito difícil e, em sua nota D, perdeu apenas um dos giros. Melhorou muito nesse aparelho, onde vem tentando vaga numa final desde 2013, e consegue a quarta colocação com 14.933.

As medalhistas foram:

1 - Simone Biles (USA) - 15.800
2 - Ksenia Afanasyeva (RUS) - 15.100
3 - Maggie Nichols (USA) - 15.000
Barra fixa

Andreas Bretschneider abriu a série de barra fixa com um elemento que leva seu nome: um kovacs grupado com dupla pirueta. A arena inteira ovacionou e ele continuou com mais duas largadas muito difíceis. Quase teve uma quebra de embalo durante a série e um erro grande na saída, uma pena para uma série tão difícil. 14.966.

Chris Brooks, reserva dos Estados Unidos, acabou entrando para a equipe e conquistando uma vaga nessa final. Infelizmente acabou caindo no tkatchev com meia volta. Continuou a série muito bem, executando tudo com uma certa facilidade. Terminou com 13.800.

Danell Leyva teve largadas muito boas conseguindo retomar a barra com o pé acima da barra. Teve poucos erros nos trocos e, além de tudo que fez durante a série, conseguiu cravar sua saída de duplo esticado com dupla pirueta! 15.700.

Uchimura passou uma série muito difícil e, digamos, artística. Considero a postura que ele possui nesse aparelho uma das coisas mais bonitas de se ver na ginástica masculina atual. As combinações também são muito interessantes e pontuam 15.833 para ele.

Arthur Nory teve 100% de aproveitamento nesse aparelho. Acertar a série nessa final foi mais uma prova de que em qualquer situação ele tem condições de acertar. Nory foi muito limpo como sempre e conseguiu uma média boa para a dificuldade que a série dele tem: 15.166.

Manrique Larduet teve sua última chance de conseguir uma medalha nessa final e se classificar diretamente para as Olimpíadas. Sua série foi excelente e leve, parecendo que todos os difíceis exercícios são fáceis. Conseguiu merecidos 15.600 e, fazendo história, conquistou a primeira medalha de Cuba nesse aparelho.

O suíço Hegi Oliver teve uma queda no ginger com pirueta, exercício muito arriscado mas necessário para uma tentativa de medalha. Ainda teve problemas na saída e terminou com 13.500 ao lado de Fabian Hambuechen; Hambuechen também errou muito: quebrou o embalo da série várias vezes, pegou as largadas muito baixo e ainda caiu na saída. Realmente triste para esse ginasta que já foi campeão mundial nesse aparelho e poderia já ter garantido sua vaga nos Jogos Olímpicos.

Os medalhistas foram:

1 - Kohei Uchimura (JPN) - 15.833
2 - Danell Leyva (USA) - 15.700
3 - Manrique Larduet (CUB) - 15.600 - classificado para os Jogos do Rio

Post de Cedrick Willian

Foto: Ivan Carvalho / Gym Blog Brazil

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