Thứ Ba, 15 tháng 12, 2015

Esporte imprevisível


Entra ciclo olímpico, sai ciclo olímpico, o código muda e os campeões e o destino da ginástica é sempre incerto. Ginastas mais artísticos, ginastas menos artísticos, ginastas musculosos, outros magros, todos conseguem de alguma forma acompanhar o que o código exige. Ou não.

Sempre alguma polêmica cerceia a ginástica em seus mundiais. Na opinião de muitos, alguns campeões mereciam ter ganho enquanto outros não. Em alguns momentos, por mais que tenha um código de pontuação bem definido, a ginástica ainda parece ser um pouco subjetiva; atualmente algumas mudanças foram feitas para tentar melhorar isso.

Em Glasgow, no último Mundial, os árbitros ficaram separados em cabines onde tivessem a comunicação entre eles um pouco limitada. Isso sem contar os árbitros de referência, que julgam as séries sem estarem na banca e que também foram adicionados a pouco tempo. Mas, mesmo assim, algumas notas ainda continuam questionáveis quando comparadas às outras.

Outros fatores que ainda geram discussão: gosto pessoal, escola de ginástica, linha corporal, favoritismo, etc. Sem esquecer, claro, do código de pontuação. Talvez esse último seja o mais importante. Saber jogar com o código de pontuação - e para quem acompanha a ginástica, saber entender o código de pontuação - é o que realmente deve ser levado em consideração na hora de prever um campeão.

A série abaixo, da coreana Mok Un-Ju, foi apresentada nos Jogos Olímpicos de 2000 e não entrou para a final do aparelho.



Acrobaticamente falando, uma ginasta que acerta uma série dessas no código atual está praticamente garantida na final. Num código que exigia menos, Mok fez mais e acabou perdendo. O código atual pede mais mas, mesmo assim, ginastas que fazem menos conseguiram um lugar ao sol, e isso graças ao bom entendimento do código.

A série abaixo é da ginasta Pauline Schaefer, medalha de bronze na trave em Glasgow.



Competindo com uma série muito mais simples que Mok em 2000 - mas que cumpriu com os requisitos de composição e teve uma montagem correta -, Schaefer foi medalhista em Glasgow. Arriscou jogar com o código e acabou dando certo.

Atualmente, vários ginastas arriscam séries simples (ação que vai um pouco contra o COP atual) e estão tendo bons resultados. Não só a equipe feminina da Alemanha como também as equipes da França e Holanda optaram por focar na execução dos elementos visando uma boa nota final no último Mundial. No caso da Alemanha, veio uma medalha na final por aparelhos e da Holanda também, que além da medalha (prata na final de trave com Sanne Wevers) conseguiu uma inédita classificação olímpica por equipes.

Se você perguntasse para alguém se a Holanda se classificaria para as Olimpíadas ou se sairia de Glasgow com uma medalha, provavelmente diriam que isso não aconteceria. Se perguntasse sobre uma medalha para a Alemanha, diriam que ela poderia vir nas barras assimétricas, mas não diriam que ela viria na trave. Isso é ginástica e, por mais que tenhamos palpites, histórico de acertos e nota de partida das séries, prever algo é muito difícil.

A foto que estampa esse post é da romena Larisa Iordache. Larisa foi candidata ao ouro na trave nos últimos 3 mundiais, já que tem uma das séries mais difíceis e completas da atualidade. Até hoje não conseguiu nenhuma medalha nesse aparelho, enquanto outras que nem foram mencionadas tiveram seus momentos de glória.

Um exemplo mais próximo do Brasil esse ano foi a nossa seleção masculina. Toda a torcida estava confiando no ouro de Arthur Zanetti nas argolas, que acabou nem entrando na final. Ao invés disso, tivemos Arthur Nory na final de barra fixa terminando num inédito 4º lugar! Na busca da análise de ginastas e séries que arriscam o máximo que podem em elementos difíceis ou optam pelo mais simples jogando com o código de pontuação, uma ideia deixa de ser subjetiva e se torna extremamente clara: de todos, a ginástica é o esporte mais difícil de se prever.

Post de Cedrick Willian

Foto: Ivan Ferreira / Gym Blog Brazil

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