Thứ Hai, 29 tháng 2, 2016

Pedindo as juízes uma revisão de notas


Como a maioria dos gymfans sabem, é permitido ao técnico do ginasta pedir uma revisão da nota que o atleta recebeu, caso este não concorde com a nota recebida. A única nota que pode ser revista é a nota D (nota de dificuldade), sendo que a nota E (nota de execução) é incontestável. Por isso é importante que o técnico tenha um profundo conhecimento do código de pontuação e da nota de partida do seu atleta, para que este não perca pontos preciosos que podem prejudicar a equipe e acarretar até na perda de uma medalha.

Flávia Saraiva, por duas vezes recentes, teve sua nota D recebida abaixo do esperado e, analisando as séries, entende-se que ocorreu um erro por parte dos juízes. Entretanto, se o treinador / ginasta não percebe o erro ou não quer fazer o pedido de revisão, a nota é computada e nada acontece. Claro que a intenção não é colocar em cheque a integridade e honestidade do árbitro, mas se existe a possibilidade de um erro ter sido cometido (errar é humano!), é direito garantido no código de pontuação que o treinador peça a revisão da nota recebida.

O pedido pode ser feito assim que o erro é percebido e antes da final terminar. Aconteceram inúmeros casos de ginastas que tiveram suas notas alteradas e uma medalha garantida nesses casos. O mais recente foi o de Sanne Wevers, ginasta holandesa na final de trave do Mundial de Glasgow, que acabou terminando com uma medalha (e teria terminado mesmo sem a revisão); Simone Biles na final de trave do Mundial de 2013. que iria sair sem medalha e, por conta da revisão, acabou com o bronze; e um dos mais polêmicos foi o de Kohei Uchimura (nesse caso em específico eu coloco a honestidade dos juízes em cheque), ginasta japonês que teve sua nota no cavalo com alças revisada na final por equipes dos Jogos Olímpicos, dando ao Japão, que nem ficaria no pódio, a medalha de prata.

Agora vamos aos casos de Flávia Saraiva. Em nenhum dos casos o pedido de revisão de nota foi feito.

Mundial de Glasgow - Solo - Classificatórias



Elementos


Pirueta e meia de costas (C) + dupla pirueta de frente (D) - bônus de 0.2
Giro simples (A)
Tsukahara grupado (E)
Cortada em arco (C)
Cadete com pirueta (D) - rebaixado para cadete com meia pirueta (C)
Duplo carpado (D)
Cortada com pirueta (D) - rebaixado para cortada com meia pirueta (C)
Duplo grupado (D)

Nota de Dificuldade

Saída: D - 0.4
Mínimo de 3 elementos de dança de maior valor: C + C + C - 0.9
Maiores dificuldades da série: E + D + D + C - 1.6
Bonificações: 0.2
Requisitos de composição: 2.5
Total: 5.6

Com a nota de execução de 8.566, a nota final foi de 14.166

Onde está o erro?

Ao contrário do rebaixamento correto que houve no cadete com pirueta, o erro está na cortada com pirueta, que foi revalidada como C indevidamente. Segundo o código de pontuação da ginástica artística feminina, a posição dos ombros e quadris são decisivas na validação de saltos com giros, e ambos estão corretos (conferir minuto 1:17); na dúvida, árbitros são orientados a favorecerem sempre a ginasta. Com uma revisão de nota favorável a Flávia, sua nota D subiria em 0.1, o que daria uma nota final de 14.266. Essa nota colocaria Flávia como 2ª reserva do aparelho, à frente de Lieke Wevers, holandesa que acabou entrando na final desse aparelho depois da desistência da italiana Erika Fasana e da suíça Giulia Steingruber.

Copa do Mundo de Ginástica, etapa de Baku - Trave - Final



Elementos

Flic (B) + layout (C) + layout (C) - bônus de 0.2
Rondada (B) + mortal esticado rebaixado para mortal carpado (C) + salto sissone (A)
Giro simples (A)
Cortada (C) + split jump (A)
Cortada em arco (E) + salto anel (D) - ligação não considerada, perde bônus de 0.2
Mortal para frente (D) + wolf jump (A) - bônus 0.1
Reversão sem mão (D) + reversão sem mãos (D) + mortal lateral (D) - bônus de 0.3
Rondada (B) + duplo mortal carpado (E)

*Nota: essa contagem dos elementos é a suposição mais óbvia de como os árbitros chegaram a nota de dificuldade esclarecida abaixo. Só seria possível ter certeza do ocorrido com a súmula dos árbitros em mãos.

Nota de dificuldade

Saída: E - 0.5
Mínimo de 3 elementos de dança de maior valor: E + D + C - 1.2
Maiores dificuldades da série: D + D + D + C - 1.5
Bonificações: 0.6
Requisitos de composição: 2.5
Total: 6.3

Com a nota de execução de 8.500, a nota final foi de 14.800.

Onde está o erro?


O erro está no rebaixamento do mortal esticado para um mortal carpado de valor C. Segundo o código de pontuação, o mortal de Flávia abre espaço para não valer E, mas não tem erros suficientes para ser considerado um mortal carpado. O correto seria que a ginasta tivesse seu mortal validado como D, o que aumentaria a dificuldade da série em 0.1 e também faria com que a ligação desse mortal com o salto sissone fosse considerada, aumentando a bonificação em 0.1. Com 0.2 a mais na nota de dificuldade, Flávia continuaria em primeiro, mas com uma nota final de 15.000.

Independente da situação, sempre que houver dúvidas numa nota, como direito garantido no código de pontuação o pedido deve ser feito. Para se ter noção da importância disso é só lembrar do Mundial de Glasgow, onde menos de 5 décimos fizeram uma enorme diferença para a seleção feminina,que acabou não se classificando para as Olimpíadas e agora tenta uma última vaga no Evento Teste.

Post de Cedrick Willian

Foto: Ivan Ferreira / Gym Blog Brazil

Thứ Năm, 25 tháng 2, 2016

Como sobreviver a um ciclo olímpico nos Estados Unidos?


Jordyn Wieber, campeã mundial em 2011, competiu em Londres e não mais voltou. Kyla Ross, campeã por equipes em Londres e por várias vezes medalhista mundial, aposentou essa semana. Seguindo o embalo, McKayla Maroney, uma das melhores saltadoras da história da ginástica, também se aposentou. Como pode uma ginasta americana sobreviver a um ciclo nos Estados Unidos?

Essa é uma pergunta provavelmente sem resposta. Isso porque, num país onde talvez tenha o maior número de praticantes de ginástica do mundo e onde o esporte é tratado como business, ser talentoso não é mais suficiente: tem que se manter saudável. As últimas ginastas americanas a conseguirem competir em duas Olimpíadas foram Amy Chow e Dominique Dawes em 1996 e 2000.

Talvez seja esse o motivo de McKayla Maroney ter desistido: as constantes lesões emendaram com um caso de depressão e ansiedade que resultaram na desistência. Sabrina Vega, outra ginasta talentosa que tentou vaga na equipe olímpica de Londres e voltou a fazer novas tentativas de equipe no ciclo atual, não sobreviveu às lesões e também desistiu. Kyla Ross teve uma lesão nas costas e quase perdeu o Mundial de 2014, que ninguém saberia que seria o último da sua carreira.

Por outro lado, a ampla concorrência e constante renovação também não dão espaço para que as ginastas lesionadas se recuperem. Depois de retornarem de um longo tempo de recuperação de lesões e cirurgias, as ginastas podem encontrar a casa ocupada, e muito bem ocupada! Todo ano, várias boas ginastas sobem para a categoria adulta. Enquanto vários países aguardam ansiosamente a recuperação de suas estrelas lesionadas, nos Estados Unidos a fila anda muito rápido e voltar pra fila pode ser desanimador pra uma ginasta que já conquistou até títulos mundiais.

Qual país não esperaria por Kyla Ross? Um yurchenko com dupla no salto que passa dos 15 pontos, série de barras assimétricas segura e contando sempre pra equipe, solo limpíssimo e trave cravada para mais de 14,300? E o que dizer de McKayla Maroney, que tem um dos melhores saltos da atualidade, além de boa contribuição no solo? O único país que não precisa dessas duas ginastas é o que elas representam.

Por isso fica uma admiração por Gabrielle Douglas e Alexandra Raisman. É bem provável que as duas sejam as próximas ginastas a sobreviverem mais de um ciclo olímpico e competir em duas Olimpíadas na equipe dos Estados Unidos. Talvez o segredo esteja nesses dois anos de descanso que tiveram depois dos Jogos de Londres, quando descansaram a cabeça e corpo. Atualmente se encontram em forma física excelente, executam ginástica de qualidade e são as melhores num país onde ser boa já não é mais suficiente.

Post de Cedrick Willian

Foto: Thomas Schreyer

Thứ Tư, 24 tháng 2, 2016

O que a ginástica reserva para 2016? - Parte 7


ITÁLIA

Desiree Carofíglio

Talvez a maior surpresa da base italiana nos últimos anos, Desiree Carofiglio chega à categoria adulta como possível integrante da seleção que competirá internacionalmente nos próximos meses. A Itália teve o auge de sua renovação no ciclo em 2014, quando um grupo numeroso de meninas passou a fortalecer a equipe, que há anos se mantém entre as 8 melhores do mundo. Entretanto, nos anos seguintes, o nível e a quantidade de ginastas juvenis do país tiveram uma queda considerável, e apenas Carofiglio e Sofia Busato estreiam como seniores no ano olímpico com alguma chance de chegar a disputar os Jogos do Rio. Desiree é uma atleta forte fisicamente e versátil, tendo nas barras (Ricna + Pak, Stalder 1/1, Maloney + shootover, duplo frontal) e no solo (duplos carpado e grupado pra frente) seus pontos fortes, além de ser bastante eficiente no salto (Yurchenko com pirueta e meia). Afastada das grandes competições desde o Europeu de Sofia, na Bulgária, esteve presente na temporada passada em eventos sub 15 de pouca repercussão, além de participações discretas em etapas da série A italiana.



Vanessa Ferrari

Lesionada às vésperas do Mundial de Glasgow, teve uma participação discreta apenas nas classificatórias, onde suas notas realmente eram necessárias. Competindo apenas para ajudar a equipe e sem nenhuma intenção de final ou medalhas, teve suas notas contadas nos 4 aparelhos. Desde quando foi campeã mundial em 2006, ano em que integrou a equipe adulta, se manteve na equipe durante todos esses anos entre as ginastas principais, sendo por vezes a única chance de medalha individual da Itália. Foi finalista olímpica no solo em 2012 e, além do ouro obtido no Mundial de 2006, conseguiu algumas outras medalhas individuais em Mundiais. Atualmente trabalhando em sua recuperação completa, tanto física quanto relacionada às séries e exercícios, espera-se que Ferrari chegue em sua 3ª Olimpíada com chances de medalhas mais uma vez, além de ser completamente necessária para que a Itália possa ter mais uma chance de competir em uma final olímpica por equipes. Confira abaixo uma das melhores séries de solo de Ferrari no ano passado.



Carlotta Ferlito

Finalista de trave no Mundial de 2013, passou a maior parte de 2014 afastada por problemas de saúde (febre glandular) e lesões. Nesse ano competiu apenas na American Cup e na Golden League para ajudar sua equipe. Retornou em 2015 talvez numa das melhores fases da sua carreira: em março, competiu no Trofeo Cittá di Jesolo e ficou com o bronze na trave. Mais tarde, no Campeonato Europeu, Ficou em 13º no individual geral e por pouquíssimo não entrou na final de trave, sendo a primeira reserva do aparelho. No Mundial mostrou grande potencial: apresentou upgrades nas suas séries e esteve muito segura em todos os aparelhos, sendo a melhor trave da Itália. Competiu perfeitamente na final por equipes, pontuando acima de 14 nos três aparelhos que se apresentou: salto, trave e solo. Pelo critério de desempate, acabou fora da desastrosa final de trave, onde facilmente poderia ter saído com uma medalha. Teve a 3ª melhor nota nesse aparelho na final do individual geral, pontuando 14.441. Depois de um Mundial muito seguro e com uma melhora crescente nesse ciclo, sem dúvidas Ferlito será uma das forças que irá compor a equipe italiana nos Jogos do Rio.



Erika Fasana

Talvez a ginasta mais potente da equipe, foi finalista de solo no Mundial de 2014 e teve um ótimo ano em 2015. Começou o sucesso na American Cup, quando terminou em 3º lugar no individual geral e apresentou grande melhora nas barras assimétricas. Em Jesolo, terminou em 2º na final de solo, pontuando 14.900 e ficando atrás apenas de Simone Biles. Chegou ao Muundial de Glasgow muito bem e, nas classificatórias, pontuou a única nota acima de 15 da Itália, um 15.058 para seu yurchenko com dupla pirueta no salto. Ainda teve um 13.766 nas assimétricas e com 14.466 se classificou para a final de solo, sendo a única italiana a se classificar para as finais por aparelhos. Entretanto, durante o aquecimento para a final por equipes, sofreu uma lesão no cotovelo e não competiu barras assimétricas, mas contribuiu com um 14.800 no salto e um 14.500 no solo. Para a final de solo a ginasta foi poupada e não competiu, o que acabou sendo uma sábia decisão: preservar a saúde de uma ginasta que provavelmente contribuirá com as melhores notas para a equipe esse ano, além de representar o país em uma final olímpica.



Elisa Meneghini

Meneghini é uma ginasta relativamente consistente, e que apresenta uma força maior no solo e na trave de equilíbrio. Sua série de solo é iniciada com um ótimo duplo mortal esticado, e é seguida por outras três diagonais com duplo mortal, elementos que exigem explosão, algo que essa ginasta tem de sobra. Com todos os elementos de dança considerados, sua nota de dificuldade alcança um 5.700, que consistentemente rende uma nota na casa dos 14 pontos. De 2015 pra 2016, Elisa apresentou alguns consideráveis upgrades em sua prova de trave, que agora conta com uma ousada sequência de rondante + mortal esticado com pirueta, alcançando um 6.300 de dificuldade em potencial. Existe ainda a possibilidade de outra sequência complicada sair dos treinos: uma estrela sem mãos ligada diretamente ao mortal layout, que aumentaria dois décimos na nota D. No entanto, a falta de consistência nesse aparelho é um grande problema. Seu salto é um potente Yurchenko com pirueta e meia (o melhor da equipe), que pode ter meia pirueta acrescentada caso a ginasta consiga tirar o DTY dos treinos. As barras assimétricas já foi um dos aparelhos mais fortes de Elisa, mas atualmente carece de dificuldade (um exercício de apenas 5.500 de D), além ter vários problemas de execução.


Martina Rizelli 

Simplesmente a melhor 'barrista' da equipe. Sua série já começa com uma complicadíssima sequência de ricna (a largada tkachev vindo do stalder) seguido diretamente por um Pak, conexão que bonifica em dois décimos. A prova tem uma nota de 6.000 de dificuldade e apresenta a melhor postura corporal entre todas as ginastas italianas da atualidade. Essa série pode ficar ainda mais forte, caso a ginasta consiga tirar a saída de duplo com dupla grupado dos treinos para a competição. Diferentemente da maior parte das ginastas especialistas de barras, que costumam ter uma linha corporal mais alinhada e pouca explosão, Rizelli tem um corpo forte e também apresenta bastante explosão em sua ginástica. No solo, ela entra com um complexo duplo mortal esticado, segue a série com outras três acrobacias com duplo mortal, e alcança um 5.800 de dificuldade em potencial dependendo unicamente dos elementos de dança, já que os acrobáticos são todos incontestavelmente consideráveis. A potência se mantém no salto, onde a ginasta já se mostrou capaz de realizar um bom Yurchenko com dupla pirueta. Sua série de trave é simples (5.600 de D com tudo considerado) e não é muito eficiente.



Post de Cedrick Willian, Stephan Nogueira e Bernardo Abdo

Esse é o sétimo texto de 2016 da série " O que a ginástica reserva". Todo fim / começo de ano faremos postagens sobre os maiores nomes que competirão no ano seguinte. O último texto será exclusivamente escrito sobre ginastas do Brasil.

Foto: Divulgação

Chủ Nhật, 21 tháng 2, 2016

Flávia e Daniele conquistam 4 medalhas em Baku


O dia foi bom para o Brasil no Azerbaijão. Flávia Saraiva e Daniele Hypólito conseguiram repetir boas performances nas finais de hoje e terminaram o dia com 4 medalhas: 2 ouros para Flávia no solo e trave, uma prata para Daniele nas assimétricas e mais um bronze para Flávia nas assimétricas. Flávia foi a ginasta mais condecorada da competição.

Daniele acertou novamente sua série de barras assimétricas e tirou sua melhor nota do ciclo nesse aparelho: 13.800. A série está curta, o que é muito bom, porque deixa pouco espaço para descontos. No geral, quanto mais tempo em cima do aparelho, mais descontos a ginasta está sujeita. Os exercícios estão todos ligados, a nova largada está segura e a saída foi cravada. No salto, outro aparelho que disputou hoje, não teve quedas, mas não executou bem o yurchenko com pirueta e meia, deixando a final sem medalhas.

Flávia errou a paralela mas não teve quedas. Não conseguiu passar o troco na barra baixa depois do pak e teve que fazer mais dois kips e lançamentos. Após isso, continuou a série sem problemas e cravou a saída, pontuando 13.250 e ficando com o bronze. Na trave, fez sua melhor série em competições até hoje, mas os juízes estavam muito rígidos e, apesar de ter se apresentado muito melhor do que na classificatória, conseguiu uma nota inferior, 14.800, mas ainda suficiente para o ouro. No solo, continuou com os saltos e/ou giros não validados, mas mantendo a mesma nota de partida e a primeira colocação com 13.850.

Confira as séries das ginastas na competição!

Daniele no salto e assimétricas





Flávia nas assimétricas, trave e solo







No masculino, a equipe do Japão liderou as finais, com destaque para o ginasta Kenzo Shirai, que levou o ouro no solo com 16.150 (D 7.5) e no salto com 14.975. Seu compatriota, Tomomasa Hasegawa levou o ouro no cavalo com alças com 15.400 (D 6.8) e na barra fixa com 14.800 (D 6.8). Oleg Stepko conquistou o ouro na paralela para a equipe da casa com ótimos 15.550 (D 6.8) enquanto a final de argolas foi liderada pelo ginasta turco Ibrahim Colak, que alcançou a nota de 15.450 (D 6.7). Resultados completos.

As próximas competições que o Brasil participa são:

- American Cup, 05/03, nos Estados Unidos, participa Lucas Bittencourt e Lorrane dos Santos.

- Copa do Mundo de Glasgow, 12/03 na Escócia, participa Arthur Nory.

- Trofeo Citta di Jesolo, 19 e 20/03 na Itália, participa seleção feminina do Brasil com Daniele Hypólito, Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Lorrane dos Santos e Rebeca Andrade.

Post de Cedrick Willian

Foto: Ivan Ferreira / Gym Blog Brazil

Thứ Bảy, 20 tháng 2, 2016

O que a ginástica reserva para 2016? - Parte 6


CANADÁ

Surpreendendo desde as Olimpíadas de Londres, quando não só se classificaram para a final por equipes como terminaram em 5º lugar, a equipe canadense vem mais forte ainda esse ano do que a que competiu sem sua principal ginasta - na época, Peng Peng Lee - em 2012. Com uma campeã pan-americana na equipe e classificada diretamente do Mundial de Glasgow para as Olimpíadas, o Canadá tem tudo para surpreender novamente.

Rose-Kaying Woo

Campeã juvenil no individual geral, barras assimétricas e solo em 2014, competiu o nacional de 2015 entre as adultas, quando sagrou-se campeã canadense no individual geral. Além disso, teve a segunda melhor nota na trave (14.300) e a terceira melhor nas assimétricas (13.600). Esse ano Rose entra para a categoria adulta e já competiu o Elite Canada 2016 no começo desse mês, quando finalizou em 4º lugar. Seu ponto fraco é o salto, onde apresenta apenas um yurchenko com pirueta, e o ponto forte é a trave, onde já conseguiu 5.9 de nota D. Ao contrário de sua irmã Victoria-Kayen Woo, que também é ginasta da seleção canadense, Rose tem grandes chances de fazer parte da equipe olímpica esse ano.



Megan Roberts

Roberts é, ao lado de Rose, a maior revelação juvenil do Canadá para esse ano, tendo, inclusive, mais chances de integrar a equipe olímpica. No nacional juvenil do ano passado, foi campeã individual geral e em todos os aparelhos exceto trave, onde ficou com o bronze. Esse ano foi prata no individual geral do Elite Canada e ainda conseguiu o bronze no solo. A ginasta conta com um belíssimo yurchenko com dupla pirueta com potencial para amanar, salto que a ginasta já treinou. Tem ótimas combinações nas assimétricas, como um ray + pak e um giro de sola com pirueta + maloney. A trave é seu ponto fraco e onde não possui grandes dificuldades, mesmo já tendo incluído uma saída de patterson no ano passado. O solo é regular, com boas acrobacias (incluindo duplo twist carpado) e saltos de dança que precisam de mais amplitude para menos descontos.



Shallon Olsen

Entre as estreantes talvez seja a que menos tenha chances de integrar a equipe olímpica. Isso porque não possui a quantidade de acertos necessária para contar com boas notas, apesar possuir boas notas D's e grandes exercícios. No Elite Canda, por exemplo, executou um duplo com dupla grupado no solo, exercício muito difícil e de altíssimo valor de dificuldade mas, mesmo assim, uma série fraca e sem ritmo, assim como na trave e na paralela. O único ponto a seu favor na equipe é o salto: atualmente, tem o melhor salto da equipe, um ótimo yurchenko com dupla. O potencial para um amanar é enorme e, se executá-lo, suas chances de estar na equipe também é grande.



Ellie Black

Campeã pan-americana por equipes, trave e solo, e ainda bronze no salto e prata por equipes, foi a ginasta mais condecorada e de maior sucesso na competição. Para fechar o ano com sucesso, auxiliou a equipe na conquista da vaga olímpica e se classificou para a final de trave no Mundial de Glasgow. Faziam anos que o Canadá não possuía uma ginasta com tanto sucesso e resultados! Atualmente, Black está com uma série nova de barras assimétricas, seu aparelho mais fraco, que conta com novas combinações e elementos além de ser uma série curta e que abre espaço para poucos descontos. Ela também vem treinando o duplo com dupla no solo para aumentar a nota D da sua série, que tem sequências acrobáticas muito originais. A não ser que aconteça alguma tragédia, com certeza fará parte da equipe olímpica que vem para o Brasil em agosto.



Isabela Onyshko

Consistente e equilibrada nos quatro aparelhos, sendo que atualmente seu melhor aparelho tem sido a trave de equilíbrio. Desde o ano passado conseguiu dificultar bastante sua série, acrescentando uma complexa conexão de flic + pirueta grupada e uma ligação de reversão sem as mãos + cortada com meia pirueta. Com todas as ligações consideradas, Isabela pode alcançar até 7 de nota D na trave. Nas barras, opta por uma série um pouco mais modesta, 6.1 de nota D, mas que apresenta uma melhora considerável em execução desde que parou com a ligação de hindorff + pak. Atualmente, realiza no salto um decente yurchenko com dupla pirueta. O solo, que já foi um de seus aparelhos mais fortes, hoje pode ser considerado o mais fraco. A dificuldade não é tão alta (5.8 com tudo validado) e tem execução ruim nos elementos mais complexos da série (dois flic sem mãos ligados indiretos com duplo grupado e tsukahara grupado). O principal problema de Isabela são suas falhas de postura nos duplos mortais; isso, no entanto, não a impediu de vencer o Elite Canada esse ano.




Brittany Rogers

Compete na categoria adulta desde 2009, sendo uma das ginastas mais experientes da equipe canadense na atualidade. Após sua participação nos Jogos Olímpicos de Londres, onde o Canadá fez história, Brittany deu uma pausa em sua carreira como ginasta de elite, focando-se no NCAA e representando a Universidade de Georgia. Após dois anos competindo como universitária, resolveu conciliar seus treinos entre NCAA e elite. Seu talento e foco a fizeram alcançar uma das seis vagas para o Mundial de Glasgow, competição onde Brittany ajudou a equipe em 3 dos 4 aparelhos em disputa (só não fez solo). Sua força principal sempre foi o salto, onde treina um Amanar e realiza um excelente yurchenko com dupla pirueta. Ainda apresenta um sólido Lopez, que lhe ajudou a conquistar um 7º lugar na final do aparelho nos Jogos de Londres. Sua série de barras também é forte, apresentando uma série de voos complexos (Downie e uma sequência de Ricna + Pak), que reunidos lhe rendem um 6.3 de dificuldade e uma nota final na casa dos 14. Sua série de trave não tem grandes dificuldades (a unica ligação da série é a saída com dois flics para o duplo carpado), mas apresenta uma execução limpa. Brittany não compete solo em competições de elite desde 2012, mas tem apresentado boas acrobacias em suas apresentações no NCAA, como um duplo twist grupado e uma linda ligação de dupla pirueta e meia + mortal esticado.



Christine Peng Lee

Mais conhecida como Peng Peng Lee, é uma daquelas que tem talento e poderia ter conquistado muitos resultados importantes em sua carreira, mas nunca teve a sorte a seu favor. A falta de sorte a acompanha desde que entrou pra categoria adulta, em 2009. Ainda em 2008, devido a um diagnóstico de grave problema em uma das vértebras lombares, Christine quase desistiu do esporte. Por isso, foi obrigada a ficar um tempo afastada da ginástica durante dois anos. Voltou a se lesionar seriamente em 2012 (dois meses antes das Olimpíadas), dessa vez no joelho, com uma ruptura completa do ligamento cruzado anterior. Voltou a sentir dores no mesmo joelho em 2014, precisando passar por uma nova cirurgia. Nessa época, estava começando a conciliar a sua carreira universitária com a de elite sendo que o topo da sua forma como ginasta aconteceu em 2012. A melhor competição de sua vida continua sendo o Pacific Rim Championships, onde ela levou 3 medalhas individuais. Peng realizou uma limpíssima série de barras de 5.7 (5.6 no atual código), terminando em 4º na final com 14.600. Na trave, Christine fez a sua 'série da vida', apresentando dois elementos F's: uma pirueta grupada e um mortal para frente com meia volta, em uma série que rende 6.400 de dificuldade nos dois últimos códigos (e um 15.300 de nota final na ocasião). No solo, mostrou uma limpíssima apresentação, com uma sequência de pirueta e meia ao passo + duplo twist grupado, além de um belo duplo esticado. A série tinha (e ainda tem) uma nota de 5.900 em potencial, mas pela facilidade com que era executada, poderia ter sido dificultada para os Jogos de Londres (a terceira diagonal era apenas uma dupla pirueta). Foi bronze no individual geral com 57.800, resultado obtido com um salto extremamente simples, um yurchenko com uma pirueta sendo que já fazia a dupla. Com a boa fase ue se encontra na carreira universitária e com as lesões dando uma trégua, a ginasta poderia ter uma vaga mais que certa na equipe para os Jogos do Rio, não acham?



Post de Cedrick Willian e Stephan Nogueira

Esse é o sexto texto de 2016 da série " O que a ginástica reserva". Todo fim / começo de ano faremos postagens sobre os maiores nomes que competirão no ano seguinte. O último texto será exclusivamente escrito sobre ginastas do Brasil.


Foto: Roland Barret

Flávia e Daniele passam bem pelas classificatórias e estão nas finais em Baku


Flávia Saraiva e Daniele Hypólito terminaram hoje a competição classificatória em Baku e o Brasil será representado em todas as finais femininas. No salto, Daniele se classificou em 3º lugar com 13.850. Nas assimétricas, Flávia se classificou em 2º lugar com 13.850 e Daniele se classificou em 3º com 13.400. Nas finais de trave e solo, Flávia se classificou em primeiro em ambos, com 15.150 na trave e 13.800 no solo.

Daniele não apresentou novidades no salto, competindo com saltos simples. Nas assimétricas, entretanto, fez sua série nova que agora tem duas largadas. Mesmo com descontos grandes na oitava com pirueta e na saída, finalizou com 13.400 e pode aumentar a nota na final. Daniel ainda competiu na trave, quando também tentou realizar um upgrade na sua série, uma entrada de layout seguida de outro layout (que bonifica em 0.2), mas acabou tendo uma queda nessa sequência e também no mortal esticado e acabou fora da final.

Flávia também fez duas estreias nessa Copa do Mundo: competiu com série nova na paralela, que contém mais uma largada, um jaeger carpado que pode evoluir para um esticado. Pode melhor muito sua nota, que contém vários errinhos de execução nos lançamentos à parada. Na trave, apresentou sua série atual que tem potencial para atingir os 6.9 de nota D. Nessa competição, conseguiu 6.5; de todas as ligações que apresentou, a mais duvidosa foi a do salto sissone seguido após o mortal esticado, que provavelmente não foi considerada. No solo, apresentou uma coreografia nova e muito dinâmica. A nota D deveria ter sido de 5.6, mas a ginasta só conseguiu 5.4. A série atual não perde em nada no quesito artisticidade se comparada à outra.

Confira as séries de Flávia Saraiva na competição.

Assimétricas



Trave

As possibilidades de Flávia alcançar a nota D de 6.9 estão em todas as ligações consideradas. Nessa série, Flávia teve as seguintes sequências consideradas: layout + layout (0.2); rondada + mortal esticado considerada (0.1); sequência de aerials (0.3). Considerando as sequências de mortal esticado + sissone (0.1), cortada em arco + salto anel (0.2) e mortal pra frente + wolf jump (0.1), Flávia pode chegar em sua D mais alta. Considerando a excelente execução que possui em um dia de acertos, Flávia tem chances de conquistar uma final olímpica nesse aparelho.



Solo

Flávia poderia ter alcançado a nota D de 5.6 se os juízes não tivessem rebaixado um salto de valor D (provavelmente o cadete com pirueta) e se tivesse o seu giro em attitude de valor B considerado. Nessa série, Flávia contou com dois saltos C, um salto D e um exercício de valor A.



As finais serão transmitidas online amanhã, a partir das 6h, no link http://www.idmantv.az/canli/idman-canli-yayim.htm . Acompanhem!

Post de Cedrick Willian

Foto: Ivan Ferreira / Gym Blog Brazil

Thứ Tư, 17 tháng 2, 2016

Flávia e Daniele fazem a primeira competição do ano


As ginastas Flávia Saraiva e Daniele Hypólito estão em Baku, no Azerbaijão, para abrir a participação do Brasil em etapas de Copa do Mundo em 2016. Flávia vai competir nas assimétricas, trave e solo enquanto Daniele compete na trave, solo e, talvez, no salto.

Daniele entrou na competição para substituir Rebeca Andrade, que estava cotada apenas para fazer barras assimétricas. A substituição causou indagações quanto a saúde de Rebeca, que tranquilizou a todos com um post nas redes sociais dizendo que estava tudo bem e que não viajou apenas para otimizar o seu treino.

Independente da presença da ginasta, o Brasil tem muito a mostrar. Numa competição relativamente fraca e sem um número relevante de ginastas de peso, o mais interessante de assistir realmente serão as performances das brasileiras. Faltando apenas dois meses para o Evento Teste, última chance de classificação olímpica para a nossa equipe feminina, é muito provável que a Copa do Mundo sirva para testar novas séries e elementos.

Daniele está com nova série de barras assimétricas, que conta com duas largadas, e as chances de que ela teste a série na competição é grande. Além disso, recentemente foi vista em um vídeo postado nas redes sociais treinando uma nova entrada na trave, uma sequência de dois layouts muito segura, e que bonifica em 0.2. Se realmente for competir no salto, pode ser que seja a hora de mostrar seu yurchenko com dupla pirueta. É muito interessante para a equipe que Daniele continue treinando paralela e salto, seus aparelhos mais fracos, e dessa forma seja competitiva e auxilie a equipe caso algo inesperado aconteça.

Flávia Saraiva também andou treinando algumas novidades, como o jaeger esticado e o van leween na paralela, além de ter várias sequências e acrobacias no solo nunca antes utilizadas em competição. Além disso, vai estrear sua nova série de solo, que conta com uma coreografia um pouco diferente da última utilizada. Há o interesse em que Flávia conquiste uma final de solo nas Olimpíadas, fato possível de acontecer, principalmente se os elementos acrobáticos saírem dos treinos e entrarem nas séries.

Expectativas e especulações à parte, ficaremos todos de olho na competição esse fim de semana, com as classificatórias no sábado e finais no domingo. Boa sorte ao Brasil e às ginasta!

Post de Cedrick Willian

Foto: Divulgação

Thứ Ba, 16 tháng 2, 2016

O que a ginástica reserva para 2016 - Parte 5


JAPÃO

A equipe japonesa, mesmo com os desfalques de suas ginastas inicialmente selecionadas, competiu em Glasgow com a melhor equipe de todos os tempos. Apesar de já terem conseguido um 5º por equipes nos Jogos Olímpicos de Pequim e conquistado várias medalhas individuais com Koko Tsurumi no Mundial de 2009, o nível técnico da seleção japonesa nunca esteve tão alto. Tanto que, mesmo sem nenhuma medalha, o 5º lugar por equipes em Glasgow, o 4º lugar de Sae Miyakawa no solo e o 6º lugar de Mai Murakami no individual geral são tão bons quanto qualquer resultado ou medalha que o Japão já obteve no feminino.

Koko Dobashi

Estreante na categoria adulta, possui séries regulares em todos os aparelhos. No salto faz apenas um yurchenko com pirueta (5.0). Nas assimétricas possui apenas um (5.4), sendo seu aparelho mais fraco. Na trave possui um (5.7) de dificuldade, onde uma rondada + mortal estendido está presente em sua série. No solo, seu melhor aparelho, faz (5.8) de dificuldade. Tripla pirueta e tsukahara grupado, ambos de valor (E) no código atual, fazem parte das linhas acrobáticas. Koko relativamente não tem grandes dificuldades para Integrar o time olímpico, já que as novatas estão à um patamar acima do nível das séries que apresenta.



Murakami Mai

De reserva ao 6º lugar no individual geral de Glasgow, Murakami surpreendeu fazendo a melhor competição da sua vida. Inicialmente fora da equipe, mesmo depois de ter sido a única finalista por aparelhos no Mundial de 2013, ninguém pensaria que a ginasta poderia chegar tão longe. Foi peça fundamental no último Mundial, onde todas as suas notas entraram pra a equipe na fase classificatória, que também foi a classificatória olímpica. Com trave e assimétrica regulares, teve o 2º melhor solo da equipe (5.8) e o 2º melhor salto (yurchenko com dupla: 15.066), isso além de ter competido o individual geral sem falhas (57.132). Depois de provar por tantas vezes que merece ser atuante na equipe, será que os dirigentes japoneses cometerão novamente o grave erro de deixar a ginasta fora dos Jogos Olímpicos?



Asuka Teramoto

Mais experiente da equipe, participou dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012. Sendo a única a competir uma Olimpíada no atual time japonês. Possui como melhor aparelho a trave, onde foi finalista no mundial de 2014. Nesse aparelho, Asuka possui 6.2 de dificuldade, onde conta com uma saída de rondada (B) + Tripla Pirueta (F). No salto, a ginasta salta reversão com uma pirueta e meia (6.2). Seu solo, tem a nota de dificuldade 5.6 e nas barras assimétricas parte de ótimos 5.9. Todas as notas de Asuka contribui 100% com a equipe. Se manter o nível igual aos mundiais passados, sua vaga está certamente garantida nos Jogos Olímpicos esse ano.



Aiko Sugihara

Estreou em 2015 e não teve todo seu potencial explorado no Mundial. Apesar disso, teve e atualmente tem uma das melhores séries de barras assimétricas da equipe. Mesmo sem grandes acrobacias no solo, possui uma linha corporal muito bonita e flexibilidade para executar belíssimos saltos de dança, deixando tanto esse aparelho como a trave com ótimas impressões. Salta um yurchenko com pirueta e meia extremamente limpo, dando espaço para um upgrade para a dupla pirueta. Com certeza pode e deve melhorar as notas de dificuldade de seus aparelhos, principalmente no solo e na trave. Se explorar todo o potencial que tem, pode se manter na equipe esse ano e representar o Japão nos Jogos do Rio.



Sae Miyakawa

Melhor saltadora e melhor ginasta de solo do país, surpreendeu a todos com um solo monstruoso no último Campeonato Nacional Japonês ocorrido em 2015, quando finalizou sua série com silivas (um duplo com dupla grupado), exercício de valor (H) no código atual. Seus saltos são : RUDI (6.2) e um yurchenko com dupla pirueta (5.8), ambos muito bem executados! Sae possui a série de solo mais difícil do mundo em nível acrobático. Após o Mundial de Glasgow, a ginasta já esteve treinando movimentos de dança em sua série, onde pecava muito. Em dezembro, no Toyota International Cup , Sae apresentou um solo com 6.8 de dificuldade! Em sua série de solo há: duplo esticado com uma pirueta (H); uma sequência de mortal esticado com pirueta de frente (C) + Duplo Grupado Frontal (E), bonificação de 0.2; duplo com dupla (H) e finaliza de duplo esticado (F). É uma das favoritas ao pódio desse aparelho nos Jogos do Rio.



Yuki Uchiyama

Com uma trave inconsistente, um solo mediano (conta com uma diagonal de dupla pirueta de costas) e apenas um yurchenko com pirueta no salto, Uchiyama tem nas barras assimétricas a sua maior arma para a conquista de uma possível vaga nos Jogos Olímpicos. Com 6.2 de dificuldade, tem a melhor e mais difícil série da atual equipe japonesa, série que conta com uma sequência de stalder com pirueta + komova II + um belíssimo pak. Internacionalmente, chegou a pontuar 15.000 na final por equipes do Asian Championships, sendo que já conseguiu 15.400 num campeonato no Japão.



Post de Cedrick Willian e Lucas Victor.

Esse é o quinto texto de 2016 da série " O que a ginástica reserva". Todo fim / começo de ano faremos postagens sobre os maiores nomes que competirão no ano seguinte. O último texto será exclusivamente escrito sobre ginastas do Brasil.

Foto: Ivan Ferreira / Gym Blog Brazil

Thứ Hai, 15 tháng 2, 2016

O que a ginástica reserva para 2016? - Parte 4


RÚSSIA

Natalia Kapitonova

Provavelmente a melhor revelação juvenil da Rússia em 2015, e chega em 2016 com chances reais de integrar o time olímpico, especialmente por conta da sua força em dois aparelhos: barras assimétricas e trave. No primeiro aparelho, não economiza em precisão e polidez na execução dos movimentos. Sua série contém uma série de giros na posição stalder, a principal 'arma' da equipe nas barras, e pode ser facilmente dificultada no futuro, já que a jovem atleta mostra facilidade ao realizar a série de dificuldade 6.5. Por enquanto, seu ponto forte na trave é a ótima postura corporal em quase tudo que realiza, já que sua série é relativamente simples (nota D máxima de 6.0) e consideravelmente inconsistente. No salto, realiza um belo yurchenko com pirueta, que pode futuramente se tornar uma dupla devido a facilidade com que realiza. O solo é o seu aparelho mais fraco, tendo como maior dificuldade a sequência de dois flics sem mãos ligados indiretamente a um duplo mortal grupado.



Angelina Melnikova 

Talvez seja, ao lado de Seda Tutkhalyan, o nome da renovação no ciclo para a equipe russa, que curiosamente continua dependendo e muito de suas veteranas remanescentes do quadriênio passado. Campeã europeia juvenil aos 14 anos no individual geral, Angelina é uma ginasta bastante consistente, além de mostrar um ótimo potencial em todos os aparelhos. Em 2015, passou algum tempo afastada das competições por conta de uma lesão que a tirou, inclusive, da disputa pelo Festival Olímpico da Juventude Europeia (dominado pela Rússia – ao lado da Bélgica – mesmo com desfalques). Seus aparelhos mais competitivos são barras (stalder carpado com pirueta + Komova II + Pak, Van Leeuwen, stalder carpado 1/2 + Jaeger carpado) e trave (cortada anel, flic + flic + mortal esticado, duplo carpado de saída). No solo e no salto, apesar de apresentar uma base deficiente de piruetas, mostra elementos com bom grau de dificuldade: no primeiro, Tsukahara carpado, sequência indireta de whip + whip e duplo grupado e duplo giro em L ligado com giro simples em Y; no segundo, um bom DTY, mas com certo desalinhamento/separação de pernas.


Maria Paseka

Sem sombra de dúvidas foi a ginasta russa que mais surpreendeu o mundo no ano passado. Com uma evolução absurda na execução de seus saltos, sobretudo a aterrissagem de seu até então inconsistente Amanar, a experiente ginasta sagrou-se campeã européia e mundial no aparelho onde ela é especialista. No entanto, seu principal problema postural ainda existe em seus saltos: a entrada pra mesa tem as pernas muito afastadas. Nas barras, também vem mostrando bastante força, com uma série curta, dinâmica e execução bastante limpa, onde consegue ligar até seis elementos seguidos, garantindo um 6.300 de dificuldade. Lembrando que ela conta com um elemento de valor B na soma da dificuldade e ainda tem possíveis cartas na manga, como uma ligação de Markelov + Gienger. Em 2015, foi bastante modesta na montagem de sua série de solo, apresentando apenas 5.600 de dificuldade em seu melhor. Vale salientar que em anos anteriores ela já realizou acrobacias muito difíceis, como um duplo mortal esticado e dois flics sem mãos ligados indiretamente à uma tripla pirueta.



Ksenia Afanasyeva

É quase como uma fênix: quando todos pensam que não tem mais fôlego pra continuar, aparece melhor do que nunca. Sofrendo periodicamente com uma lesão crônica no tornozelo desde 2012, ainda tem físico pra sagrar-se campeã européia, universitária e medalhista mundial no solo, além de ter conquistados resultados importantes no salto desde 2013, quando finalmente aprendeu a saltar o complexo Amanar. Nas mesmas ocasiões, mostrou o até então inédito (pra ela), e muito bem executado, salto Lopez. Cartas na manga é o que não faltam para essa bela ginasta, que treina um tsukahara esticado no solo, um salto stag ligado diretamente a sequência da tripla e uma pirueta a mais no mortal da sequência da terceira diagonal. Lembrando que sua série atual de solo já tem um excelente 6.4 de nota de dificuldade. Afanasyeva está na categoria adulta desde 2007, o que faz dela a ginasta russa mais experiente da atualidade.



Aliya Mustafina

Depois de tanta incerteza e indecisão, algo que mexeu com o coração dos fãs toda vez que falava em alguma entrevista, Mustafina realmente ficou fora do Mundial de Glasgow. Com uma lesão nas costas acabou fora da equipe, fato que pode ter prejudicado a mesma, que acabou fora do pódio nessa final. Isso porque a ginasta é extremamente competitiva, acerta suas séries quando precisa e consegue colocar a equipe pra cima. Quando Aliya está por perto, dá a impressão que as ginastas ficam mais seguras e a postura de todas mudam. Todos queriam ver Aliya competindo em Glasgow, principalmente porque ela mostrou muito evolução no começo do ano passado, mais ainda se comparada aos anos de 2013 e 2014. Em Baku, foi a ginasta mais condecorada da competição: ouro por equipes, individual geral e barras assimétricas, finalizando com uma prata no solo. Apresentou uma série limpíssima nas assimétricas partindo de 6.5, além de uma nova acrobacia no solo, um belíssimo duplo esticado. No salto continuou com o yurchenko com dupla pirueta, que tem falhas de execução no primeiro voo mas consegue boa altura. Na trave tem uma série com ligações inteligentes e que sobem sua nota D, mas qualquer erro, desequilíbrio e dúvida podem colocar a nota em xeque. Esperamos que Aliya esteja pronta e com a saúde 100% para colocar mais emoção nos Jogos Olímpicos.



Viktoria Komova

2015 realmente marcou a volta dessa ginasta, que não competia em Mundiais desde 2011, quando foi prata no individual geral em sua estreia na categoria adulta. Por sua inconsistência nos nacionais, ficou uma dúvida se realmente estaria na equipe que competiria em Glasgow, mas suas chances de ser medalhista nas barras assimétricas acabou por colocá-la na equipe. O fato se concretizou e realmente Komova teve um ano bom, esse que foi finalizado com o ouro nesse aparelho ao lado de outras 3 ginastas. Foi brilhante na classificatória do Mundial, pontuando muito bem nos 3 aparelhos que se apresentou (ficou fora do solo). Como mostra seu histórico de competições, nunca consegue agarrar todas as chances que aparecem na sua frente: na final por equipes errou na trave e nas barras quando poderia ter evitado a perda do bronze, e na final de trave também errou, onde poderia ter conquistado uma medalha individual. Mesmo sem ter competido solo no Mundial, a ginasta mostrou evolução nesse aparelho em Baku, apresentando novas acrobacias (um duplo esticado) e retomando sequências antigas. Na ocasião, Komova não conquistou vaga em nenhuma final individual por conta de uma regra exclusiva dos Jogos que diz que cada país só pode ser representado por um ginasta nas finais.



Post de Cedrick Willian, Stephan Nogueira e Bernardo Abdo.

Esse é o quarto texto de 2016 da série " O que a ginástica reserva". Todo fim / começo de ano faremos postagens sobre os maiores nomes que competirão no ano seguinte. O último texto será exclusivamente escrito sobre ginastas do Brasil.

Foto: Ivan Ferreira / Gym Blog Brazil

Thứ Sáu, 12 tháng 2, 2016

O que a ginástica reserva para 2016? - Parte 3

GRÃ-BRETANHA



No ano que se passou, a equipe britânica conquistou um feito inédito: pela primeira vez na história, conquistaram uma medalha na final por equipes, um bronze, deixando a equipe russa em 4º lugar. Nesse Mundial, o G4 de potências foi formado por Estados Unidos, China, Grã-Bretanha e Rússia. Romênia, que sempre esteve nesse grupo, acabou não só fora dele como numa amarga 13ª colocação. Ao passo que grandes equipes fracassaram, as britânicas não só fizeram o seu trabalho como mostraram muita evolução. Ninguém fica no pódio de uma final por equipes só porque acertou todas as séries: as notas Ds foram aumentadas e o nível técnico melhorou bastante. E, nessa equipe, talvez seja muito difícil conquistar uma vaga olímpica. Todas as ginastas cresceram muito e em 2016 pode ser que não haja espaço para juvenis estreantes: é provável que a equipe britânica fique sob os cuidados das veteranas!

Catherine Lyons

Apontada como uma das grandes promessas britânicas do ciclo, Catherine Lyons teve um 2015 apagado devido a uma fratura no pé por stress, motivo pelo qual ficou afastada das grandes competições. A jovem inglesa é extremamente correta em seus exercícios e apresenta uma ginástica limpa e precisa, além de trabalhar com maturidade a artisticidade e a expressão de suas séries de trave e solo. Apesar de fisicamente muito forte, não costuma [ainda] apresentar rotinas de altíssima dificuldade, mantendo seus upgrades em treino até que atinja consistência para colocá-los em competição. Alguns de seus elementos de maior destaque são a pirueta e meia no salto (DTY em preparação), a sequência de Maloney + Shang e um Gienger altíssimo nas barras (Def em treinamento), giro em Y e meio começando em posição estática sobre o pé de apoio, cortada anel e saída em dupla pirueta e meia da trave. Ainda tem, no solo, Tsukahara, tripla (ambos sendo preparados para esse ano) e dupla e meia + mortal pra frente. Acreditamos que para alcançar a tão sonhada vaga entre as 5 representantes britânicas no Rio, algumas mudanças significativas devem ocorrer em suas séries, visto que o foco da equipe tem sido a complexidade ginástica. A Grã-Bretanha vem de anos excelentes na base, mostrando com o bronze inédito conquistado em casa no ano passado - mencionado no começo do post - que a renovação é ponto fundamental para a manutenção e o crescimento de um programa.



Ellie Downie

Estreante na categoria adulta em 2015, foi o sucesso britânico nas Olimpíadas da Juventude em 2014. Seus melhores aparelhos são o solo, onde executa um ótimo duplo twist carpado e foi finalista mundial, e barras assimétricas. Precisa melhorar sua consistência nesse último, onde errou por duas vezes em Glasgow no ano passado (classificatórias e final por equipes). Tem potencial para ser a melhor "all-arounder" da equipe: apresenta um yurchenko com dupla no salto, com potencial para amanar; tem barras assimétricas e solo com dificuldade acima de 6; trave firme e com potencial para nota final acima de 14. Apesar de completa, perdeu suas chances de conquistar uma vaga na final individual geral do último mundial ao cometer erros na sua série de barras assimétricas citados anteriormente. Entretanto, foi medalha de bronze no Campeonato Europeu nessa mesma final, seu melhor resultado até o momento.



Claudia Fragapane

Finalista de solo no último Mundial, medalha de prata na final de solo do Campeonato Europeu e detentora de vários títulos do Commonwealth Games, Fragapane chegou em 2014 e não saiu mais da equipe principal. Seu melhor aparelho é o solo, que também é o melhor da equipe britânica. Possui um yurchenko com dupla pirueta no salto, fato importantíssimo para essa equipe, e uma trave sólida. Tem as barras assimétricas como seu pior aparelho, tanto que não se apresentou em Glasgow. Fragapane não tem uma linha corporal bonita, mas compensa essa falta com acrobacias de grande explosão. Deve conseguir uma vaga nos Jogos Olímpicos, sendo uma grande ajuda para a equipe e, com uma coreografia cativante e terminando de duplo esticado, tem chances de conseguir uma final nos tablados.



Tyesha Mattis

Em 2014, a talentosa juvenil britânica Tyesha Mattis era a maior promessa para 2015. Super cotada para ser a representante britânica no Youth Olympic Games, ficou fora dessa competição como também do Campeonato Europeu e de toda a temporada por conta de uma lesão no tornozelo. Depois de uma longa reabilitação, competiu no Britânico de 2015 e, apesar de sido campeã de trave e paralela, não foi selecionada para a equipe que competiu o Mundial. Ainda recuperando acrobacias antigas em colchões macios, esse ano as coisas podem ser um pouco diferentes: além de ter a melhor trave britânica (que inclui uma sequência de flic + pirueta), Tyesha planeja voltar a executar o amanar no salto. Mesmo sem nunca ter apresentado em competições oficiais, a ginasta fez esse salto algumas vezes no Centro de Treinamento Nacional. Com a melhor trave da equipe, ótima série de barras e um amanar no salto, fica difícil pensar em Tyesha fora da equipe.



Becky Downie

Depois de ter ficado fora dos Jogos de Londres, Becky Downie teve motivos para desistir, mas decidiu continuar. Hoje, uma competição olímpica está mais próxima do que nunca. Downie não só tem a melhor série de barras assimétricas da equipe como também tem uma das melhores séries de trave, nesse aparelho que é o calcanhar de aquiles da equipe britânica. Foi medalha de prata nas duas finais desses aparelhos no Campeonato Europeu no ano passado, partindo de 6 na trave e de 6.7 nas assimétricas, com potencial para ser finalista olímpica nesse último. Além de tudo, a ginasta ainda pode ser útil no salto, onde tem um yurchenko com dupla pirueta na manga.



Amy Tinkler

Campeã britânica em 2015, Tinkler foi finalista na final individual geral do Mundial também no ano passado (23º). Seu progresso e melhora das séries foi notório durante o ano, chegando no auge durante Mundial. Entretanto, não conseguiu acertar suas séries como deveria e terminou por não conseguir fechar 2015 com um resultado mais importante que o conseguido no nacional. A ginasta é de grande ajuda no salto, onde apresenta um yurchenko com dupla pirueta, e no solo, onde parte de 6 e apresenta um duplo com dupla e um ótimo duplo esticado. Na final por equipes do Mundial chegou a pontuar 14.433 nesse aparelho, sendo sabiamente selecionada para ser uma das três ginastas a se apresentar. Apesar de não ter as barras assimétricas e nem a trave como pontos fortes, tem uma certa consistência em ambos e consegue contribuir para a equipe na fase classificatória.



Post de Cedrick Willian e Bernardo Abdo.

Esse é o terceiro texto de 2016 da série " O que a ginástica reserva". Todo fim / começo de ano faremos postagens sobre os maiores nomes que competirão no ano seguinte. O último texto será exclusivamente escrito sobre ginastas do Brasil.

Foto: UEG