Finalmente chegamos às postagens sobre o Brasil, com as ginastas que potencialmente serão os destaques do ano olímpico. Nesse ano, temos duas estreantes na categoria adulta: Carolyne Pedro e Raquel Fernandes. As veteranas que integram o restante do texto incluem as ginastas que acreditamos que farão parte da equipe olímpica: Flávia Saraiva, Daniele Hypólito, Jade Barbosa, Lorrane dos Santos e Rebeca Andrade. A reserva ainda é uma incógnita, mas provavelmente será escolhida entre as ginastas Julie Kim, Thauany Lee e Milena Theodoro.
Carolyne Pedro
Principal adição da seleção brasileira este ano, Carolyne é uma ginasta talentosa, e deve se manter entre as melhores do país no próximo ciclo. Guiada por Oleg Ostapenko desde seus 12 anos, representou o país em vários sul-americanos, e a partir da chegada do treinador ucraniano, tornou-se promessa incontestável da “geração Rio”. Apesar de longilínea, apresenta/treina elementos bastante difíceis na trave e no solo que requerem força e impulsão. No primeiro, exercícios como mortal com pirueta e duplo twist de saída. No segundo, tem o duplo twist grupado e a sequência indireta de pirueta e meia ao passo + duplo grupado como acrobacias mais fortes. Nas barras, partida de 5,6, mas precisa evitar os descontos recorrentes de pernas separadas para conseguir boas notas. No salto, faz FTY com boa execução. Vale ressaltar que por um problema na coluna, tem certa dificuldade com saltos ginásticos, o que segura consideravelmente suas notas de dificuldade e execução.
Raquel Fernandes
Estreante na categoria e com muito potencial ainda a ser explorado, Raquel não teve as mesmas oportunidades das demais meninas da seleção ao que consta, mas acreditamos que pode se tornar uma importante integrante da equipe nacional num futuro próximo. Revelada em Osasco, mudou-se para Curitiba aos 13 anos e cresceu muito em poucos meses de treinamento no Cegin; cerca de um ano mais tarde, voltou para Osasco e ficou afastada das grandes competições por motivo de lesão. Atualmente treinando no Pinheiros, que conta com bons técnicos e uma das melhores estruturas do estado de São Paulo, deve continuar crescendo e se aproximando da tão merecida vaga na seleção. No salto, faz um ótimo FTY. Nas barras, Tkachev, Ray (treino), Jaeger carpado e duplo grupado frontal. Na trave, estrela sem mãos + mortal layout, rondada + mortal esticado, duplo grupado de saída. No solo, duplo twist grupado, Tsukahara grupado (treino) e elementos de dança de valor C.
Lorrane dos Santos
Lorrane foi a melhor surpresa que o Brasil teve no ano passado. Sob o comando do ucraniano Oleg Ostapenko, sagrou-se campeã brasileira no individual geral além de obter o melhor resultado individual da equipe no Campeonato Mundial de Glasgow. Sua evolução durante o ano foi simplesmente incrível, principalmente no salto, onde apareceu com um excelente yurchenko com dupla pirueta, salto que tem bastante potencial pra se transformar em um amanar já em 2016. Nas barras, o destaque veio na adição de três passagens de bom valor de dificuldade: um maloney ligado diretamente ao pak, além de um van leeuwen no meio da rotina. Destaque também para a saída de giro na cubital com pirueta seguido imediatamente da saída de duplo mortal pra frente. A série que era de 5.8 agora vale 6.0, graças à uma mudança bem radical e arriscada na ordem dos elementos e a adição de mais uma passagem pra baixo. Na trave, também apresentou evoluções no valor de dificuldade. A série que tinha um potencial máximo de 5.7 de D até o começo do ano passado, agora pode chegar a até 6.0 de D com upgrades como a entrada de mortal carpado pra frente, cortada com pé na cabeça e a ligação de reversão sem as mãos + salto anel. O solo é o único aparelho onde Lorrane ainda não mostrou a que veio em 2016, mas sabemos que potencial ela tem de sobra. A série do Mundial tinha 6.0 de nota de dificuldade, e pode ficar ainda mais difícil se ela acrescentar o dos santos na composição da série.
Lorrane foi a melhor surpresa que o Brasil teve no ano passado. Sob o comando do ucraniano Oleg Ostapenko, sagrou-se campeã brasileira no individual geral além de obter o melhor resultado individual da equipe no Campeonato Mundial de Glasgow. Sua evolução durante o ano foi simplesmente incrível, principalmente no salto, onde apareceu com um excelente yurchenko com dupla pirueta, salto que tem bastante potencial pra se transformar em um amanar já em 2016. Nas barras, o destaque veio na adição de três passagens de bom valor de dificuldade: um maloney ligado diretamente ao pak, além de um van leeuwen no meio da rotina. Destaque também para a saída de giro na cubital com pirueta seguido imediatamente da saída de duplo mortal pra frente. A série que era de 5.8 agora vale 6.0, graças à uma mudança bem radical e arriscada na ordem dos elementos e a adição de mais uma passagem pra baixo. Na trave, também apresentou evoluções no valor de dificuldade. A série que tinha um potencial máximo de 5.7 de D até o começo do ano passado, agora pode chegar a até 6.0 de D com upgrades como a entrada de mortal carpado pra frente, cortada com pé na cabeça e a ligação de reversão sem as mãos + salto anel. O solo é o único aparelho onde Lorrane ainda não mostrou a que veio em 2016, mas sabemos que potencial ela tem de sobra. A série do Mundial tinha 6.0 de nota de dificuldade, e pode ficar ainda mais difícil se ela acrescentar o dos santos na composição da série.
Rebeca Andrade
Rebeca era, de longe, a ginasta mais completa que o país tinha, ao menos até metade do ano passado. Uma lesão muito grave parou o fenômeno brasileiro: a ruptura completa do ligamento cruzado anterior obrigou a ginasta a deixar de participar de competições muito importantes no ano passado, como os Jogos Pan Americanos de Toronto e o Campeonato Mundial de Glasgow. Rebeca continua se recuperando da cirurgia e ainda não competiu em 2016. No salto, apresentava um amanar com bastante facilidade e vinha treinando um segundo saltobem difícil, um mustafina (6.0). Sua série de barra é a melhor do Brasil, tanto em dificuldade quanto em consistência. Destaque para a incrível combinação de stalder com pirueta + Tkachev + Pak + Stalder à parada + Maloney + Rupover + chinesinha, que fazia a série somar 6.100 em dificuldade. A facilidade na execução trazia margem pra muita evolução e elementos difíceis em treino era o que não faltavam. O solo também era um aparelho extremamente promissor, com uma entrada de duplo grupado com uma pirueta e meia, elemento que poderia levar seu nome; uma série extremamente tranquila e que tinha "humildes" 6.1 pontos de nota D. A trave era seu aparelho mais fraco, principalmente por conta da inconsistência. Ainda assim a série partia de 6.2 acertando tudo corretamente. A grande dúvida que fica é se ela conseguirá recuperar todas as séries difíceis que tinha antes da lesão.
Flávia Saraiva
Já conhecida do grande público por seu carisma e talento, Flávia tem se mantido focada em aprimorar sua ginástica e promete surpreender no evento-teste e posteriormente no Jogos do Rio. A ginasta, que até ano passado representava a ONG Qualivida, será um dos reforços da equipe do Flamengo para a temporada; o clube reinaugurou seu centro de treinamento com ótima estrutura e deve continuar revelando e trabalhando talentos para além da próxima Olimpíada. Pequena e bastante forte fisicamente, vem mostrando uma evolução interessantíssima nos treinos, e pode chegar às próximas competições da seleção com um dos nossos melhores individuais gerais. No salto, treina há algum tempo a dupla pirueta, que parece mais próxima das competições do que nunca. Nas barras, tem partida de 5,7, podendo elevar essa nota caso acrescente, além do já apresentado Jaeger carpado, um Van Leeuwen. Na trave, é candidata a final olímpica, com elementos complexos e bem executados. No solo, vem preparando passadas como duplo esticado e whip + tripla, almejando assim ultrapassar os 6 de partida. Na etapa da Copa do Mundo de Baku, no mês passado, foi o destaque da categoria feminina, com duas medalhas de ouro e uma de bronze.
Daniele Hypólito
Desde quando estreou na categoria adulta, em 1999, talvez 2015/2016 seja a melhor fase da carreira de Daniele, que recentemente apresentou exercícios e ligações nunca vistos em suas séries. A ginasta está madura e em excelente forma física, mostrando muito foco no seu objetivo em integrar a equipe olímpica. Todo esse processo foi uma reformulação da sua ginástica, fator necessário para continuar representando o Brasil e vencer a concorrência interna que há na seleção hoje, que depois de muitos anos se renovou. Recentemente conseguiu uma nota 13.800 nas assimétricas, conquistando a prata na Copa do Mundo de Baku e apresentando duas largadas: um tkatchev e um jaeger. Sabe-se que a ginasta pretende voltar a executar o duplo esticado com pirueta na saída, exercício que fez parte de sua série durante muitos anos. No salto, apresentou em testes o yurchenko com dupla pirueta, exercício que se estiver pronto para competição a aproxima ainda mais da equipe. Na trave vem treinando uma nova entrada, uma sequência de 2 layouts, que bonifica 0.2; no ano passado ela apresentou a mesma sequência em cima da trave, aparelho onde possui nota D mais alta. No solo está preparando coreografia nova que vem na batida das músicas da cantora Anitta, com a intenção de se aproximar do público brasileiro nas próximas competições. Daniele pode conseguir o seu tsukahara de volta na série, além de ainda ter na manga uma sequência de pirueta e meia de costas + dupla pirueta de frente + mortal pra frente, que bonifica em 0.3. Vale lembrar que atualmente apresenta 3 elementos de dança de valor D em sua série.
Jade Barbosa
Depois de anos afastada dos Mundiais e de perder as Olimpíadas de Londres, finalmente competiu no ano passado. Sua última competição importante havia sido em Anadia em 2013, quando conquistou o ouro no salto e se classificou para as finais de solo e trave. Pouco antes de competir em Glasgow, ainda representou o Brasil na Copa do Mundo de Osijek, ficando com o ouro na trave. E foi nesse mesmo aparelho que teve sua melhor apresentação no Mundial: Jade foi a segunda reserva da final, ainda responsável por colocar o Brasil como a 3ª melhor equipe nesse aparelho. Esse ano, já apresentou upgrades em sua série de paralela, que conta agora com uma sequência de ricna + pak, ligação que bonifica em 0.2. Sua série de solo tem muito potencial acrobático, já que a ginasta possui duplo esticado, tsukahara carpado e duplo twist carpado como acrobacias mais fortes, apesar de nunca ter apresentado as três numa mesma série. Muitos sonham com a volta do amanar de Jade no salto, e apesar de não haver indícios de que a ginasta esteja treinando esse elemento, não há dúvidas de que sua potência e forma física atual sejam favoráveis para que uma nova apresentação desse salto aconteça, fortalecendo ainda mais a equipe olímpica.
Post de Cedrick Willian, Bernardo Abdo e Stephan Nogueira.
Esse é o penúltimo texto de 2016 da série " O que a ginástica reserva". Todo fim / começo de ano faremos postagens sobre os maiores nomes que competirão no ano seguinte. O último texto será exclusivamente escrito sobre ginastas do Brasil.
Foto: Ivan Ferreira / Gym Blog Brazil
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