Talvez essa seja uma das questões mais comentadas desde o Evento Teste no Rio de Janeiro. Com ótimas performances nessa competição, Catalina Ponor lutou até o fim por uma classificação olímpica para a equipe romena, enquanto Larisa Iordache lidava com mais uma lesão, novamente muito próxima aos Jogos Olímpicos. Dentro desse cenário, qual ginasta escolher?
Larisa Iordache segurou as pontas para a Romênia durante todo o ciclo, sendo a única e maior chance de medalha do país em todos os Mundiais do ciclo exceto pelo Mundial de 2015, quando Marian Dragulescu retomou os treinos e competições e acabou conquistando uma medalha no salto. Entretanto, no Mundial de Glasgow Larisa não era apenas uma chance de medalha: era uma chance de manter a dignidade da equipe romena e terminar entre as 8 melhores equipes do mundo.
Iordache deu conta do recado até o ano passado, quando ficou impossível organizar todas as coisas sozinha. Ela não podia errar e era praticamente obrigada a acertar todas as suas séries. Se não fosse assim, o resultado por equipes não viria e, no fim das contas, realmente não veio. Em Glasgow, a pior classificação da Romênia aconteceu: um 16º lugar por equipes.
Catalina Ponor, que ainda estava no processo de volta às competições, assim como Larisa se viu obrigada a ajudar a equipe e vestiu o collant de volta. Subiu aos tablados convicta de que seria uma grande ajuda, só que a situação não melhorou: ao invés de ajudar Larisa na difícil tarefa da classificação olímpica, Ponor acabou ocupando o lugar de Larisa, que agora estava lesionada. A situação enfrentada por Iordache em Glasgow foi a mesma enfrentada por Ponor no Rio de Janeiro. Acabaram não dividindo as responsabilidades: o peso apenas passou de uma para a outra.
Sem dúvidas Larisa é uma ginasta de grande valor e admirada no mundo inteiro. Adquiriu esse respeito por sua linda ginástica e também por lutar com todas as forças para manter o país no topo. A admiração que temos por Larisa também temos por Ponor, multi-medalhista olímpica e uma adição de elegância e beleza imensuráveis à ginástica mundial. O que ninguém queria, nesse momento, era ter que escolher uma das duas. Não dá pra sair dessa escolha sem ficar com o coração partido.
No último Nacional Romeno e com notas bastante infladas (digo isso por que não dá para levar em consideração as notas dessa competição), as duas ginastas competiram bem. Analisando as séries que cada uma apresentou, Catalina Ponor parece melhor preparada do que Larisa Iordache.
Depois da lesão, as chances de Iordache conseguir uma medalha diminuíram drasticamente. Isso por que a ginasta tem no individual geral sua melhor competição em finais, e seu solo e trave, que costumam colocá-la nas finais por aparelhos, não chegarão em nível competitivo dentro de um mês. Enquanto isso, as séries de Ponor precisam apenas de acertos finais.
Com muito respeito pelo que Iordache fez durante todo o ciclo olímpico, Catalina deve assumir a única vaga olímpica da seleção feminina romena. E está treinando muito para isso: voltou aos treinos de barras assimétricas para tentar uma final individual geral! Mas, como todos sabem, é no solo e trave que as chances realmente existem, apesar de que a série de trave precisa ser melhorada dentro de um pensamento de composição mais inteligente.
Como a luta de ambas foi para manter os resultados da Romênia, é justo que Ponor vá. Uma deve ser reserva da outra, mas, nesse momento, Ponor é quem está mais apta a bons resultados e possui chances de medalha. É péssima a obrigação da escolha, mas pensando de fato no bem da nação, na sobrevivência de uma escola de ginástica extremamente tradicional e bela, com o coração na mão torcemos por grandes resultados de Catalina Ponor. E que ela consiga desempenhar sua ginástica de forma impecável, e seja inspirada pela atuação de Iordache nos últimos três anos.
Post de Cedrick Willian
Foto: Ivan Ferreira / Gym Blog Brazil
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