Bastante concorrida e com a participação de ótimos ginastas, terminou hoje as finais da penúltima etapa da Copa do Mundo de Ginástica Artística. Em Portugal, várias ginastas que estarão nos Jogos do Rio tiveram a chances de testar suas séries a menos de cinquenta dias da competição.
Sérgio Sasaki impressionou com sua boa forma. O ginasta melhorou consideravelmente desde o Evento Teste no Rio de Janeiro. Ainda continuou tendo problemas na barra fixa, mas mostrou notas excelentes e até melhores do que conseguia antes da lesão. No cavalo com alças alcançou 15,150 e se classificou para a final desse aparelho, ótima nota para o individual geral. No salto, ficou com a prata com 15,212, nota que pode colocá-lo numa final olímpica. Lembrando que Sasaki está com um salto mais difícil praticamente pronto para competições, um duplo mortal carpado de frente com meia volta de valor 6,4. Na paralela, também se classificou para a final com 15,600, outra nota de possível finalista olímpico nesse aparelho. Pelos resultados obtidos, Sasaki mostrou que num dia inspirado e sem erros poderá passar dos 90 pontos no individual geral. Os erros cometidos nas finais talvez demonstrem a falta de ritmo competitivo, algo a se trabalhar até agosto.
Pela seleção feminina, competiram Lorrane dos Santos, Rebeca Andrade e Flávia Saraiva. Lorrane competiu e se classificou para a final de barras assimétricas, finalizando em 5º lugar com 13,550. Ainda apresentou a mesma série com os mesmos erros de lançamento à parada, que baixam a nota de execução da sua série consideravelmente. Flávia e Rebeca se classificaram para as duas finais que competiram, trave e solo, e terminaram com ouro e prata, respectivamente em ambos aparelhos.
A recuperação de Rebeca parece que realmente só será completa mais próxima dos Jogos Olímpicos. Apesar das boas notas, ambas acima de 14, as séries apresentadas nessa competição não representam todo o potencial que a ginasta possui. Ao mesmo tempo, Flávia se mostra mais firme para a conquista de uma final olímpica na trave de equilíbrio: na final de hoje fez uma série excelente e conseguiu ultrapassar os 15 pontos.
Finais masculinas
As finais de solo e argolas foram relativamente fracas. O especialista Alexander Shatilov, israelense campeão de solo, conquistou o ouro com apenas 15,100, enquanto Samir Ait Said, francês também especialista e campeão nas argolas, conquistou o ouro com 15,600. Talvez, nos Jogos Olímpicos, ambos fiquem fora da final com essas notas.
No cavalo com alças, o chinês Weng Hao se firma como uma das principais chances de medalha do país nos Jogos Olímpicos, com grandes chances de ouro. Com uma leveza e limpeza incríveis, o ginasta foi extremamente consistente e conquistou o ouro com 16,100 (havia conseguido 16,200 nas classificatórias); com certeza o principal concorrente do britânico Max Whitlock num futuro confronto. Outra medalha de ouro para a China veio com Yu Cen, que obteve 15,375 para dois saltos de linha e postura corporais perfeitas.
Na paralela, após os pequenos erros do cubano Manrique Larduet, que terminou com o bronze, o caminho para ouro e prata ficaram mais fáceis para Oleg Stepko (15,800) e Josimar Calvo (15,625). Toda vez que Stepko conquista uma boa nota como essa fica claro a falta que o ginasta faz para a equipe ucraniana, que poderia ainda estar lutando pelas primeiras posições em finais por equipes importantes.
Josimar Calvo fechou as finais com mais uma medalha: foi ouro na barra fixa com uma série muito difícil, mas que pecou na execução, principalmente na retomada de suas largadas. Pequenos problemas para corrigir nos próximos dias.
Finais femininas
Marcia Videaux, única representante feminina de Cuba nos Jogos do Rio, está em numa boa fase. Com dois saltos na casa dos 6 pontos e com a nota final de 14,925, é possível que consiga uma final nesse aparelho. Precisa melhor ainda mais a execução, mas o que já apresenta é um bom trabalho. Uma surpresa nas barras assimétricas: a australiana Rianna Mizzen conseguiu bater as chinesas Yufen Xie e Jiaqi Lyu.
Na trave e solo, o Brasil mostrou sua superioridade técnica com Flávia Saraiva e Rebeca Andrade conquistando ouro e prata respectivamente. Na trave, Flávia conseguiu 15,125 pontos para o ouro e Rebeca 14,125 para a prata; no solo, ambas com a mesma nota de dificuldade, Flávia conseguiu 14,350 e Rebeca 14,100. O Brasil está num ótimo momento, e o sonho de todo "gymfan" brasileiro é que esse momento perdure após os Jogos Olímpicos.
A italiana Vanessa Ferrari competiu nas finais de solo e trave e parece pronta para ajudar a equipe italiana. Os resultados individuais para Ferrari nos Jogos do Rio provavelmente não serão os melhores da sua carreira: é a segunda vez que ela se lesiona próximo a uma edição dos Jogos. Uma surpresa: a mexicana Alexa Moreno, única representante na ginástica feminina no Rio, abriu o solo com uma diagonal de duplo com dupla e surpreendeu.
Resultados completos.
Post de Cedrick Willian
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