Fabian Hambuchen, Oleg Verniaiev e Simone Biles: esses foram os ginastas que deram os seus nomes nas finais por aparelhos do último dia de ginástica artística nos Jogos do Rio. Mais um ciclo terminou e um novo sonho olímpico começa a partir de agora.
O reserva americano Danell Leyva talvez tenha entrado na equipe para salvar o quadro de medalhas dos Estados Unidos na ginástica masculina. O ginasta abriu a final de paralelas de forma brilhante: muito focado, apresentou uma série extremamente limpa e bem executada, liderando a competição até o momento em que Oleg Verniaiev (UKR) competiu. Mesmo com alguns desequilíbrios, o ucraniano tem uma linha muito bonita e a postura é impecável. Com uma série bem difícil conseguiu ultrapassar os 16 pontos, conquistando o ouro e mais uma medalha para a Ucrânia na ginástica artística.
Manrique Larduet (CUB) brigaria pela prata com Leyva, mas teve um desequilíbrio muito grande, provavelmente de desconto 0,3, e acabou terminando em 5°. O pódio foi fechado por David Belyavskiy (RUS), que com 15,783 ficou com o bronze. Belyavskiy apresentou falhas de postura nos joelhos durante os impulsos e não conseguiu cravar a saída, algo praticamente obrigatório numa final de paralelas.
A final de solo feminino foi a final dos duplos com dupla: todas as ginastas executaram essa acrobacia exceto Alexandra Raisman (USA). Isso mostra o nível altíssimo que a final teve, onde apenas a suíça Giulia Steingruber teve quedas. Vanessa Ferrari (ITA) terminou novamente em 4° lugar na sua terceira participação olímpica, mas é visível que Amy Tinkler (GBR), medalhista de bronze nessa final, teve melhor execução para a conquista do bronze.
Simone Biles capturou sua última chance de ouro e sagrou-se campeã olímpica de solo. Simone sai do Rio com quatro medalhas de ouro e uma de bronze, resultado incrível para a ginasta mais condecorada dos Jogos. Alexandra Raisman não conseguiu defender seu título olímpico e ficou com a prata, mas não fosse a presença de Biles nos Jogos esse seria o segundo ouro de Raisman na competição. Impressionante como Raisman não só melhorou sua parte artística no solo como aumentou o grau de dificuldade das suas acrobacias, deixando o Rio como a segunda ginasta mais condecorada dos Jogos com um ouro e duas pratas.
Fabian Hambuechen (GER) finalmente conseguiu sua medalha de ouro olímpica: fez uma série com largadas altas e muito limpas além de uma saída cravada. Danell Leyva conquistou mais uma prata, sua segunda medalha no dia e, reafirmando, a salvação da ginástica masculina americana nessa edição dos Jogos. Nile Wilson (GBR), que talvez não fosse um sério candidato à medalhas antes dos Jogos começarem, mostrou toda a força da ginástica britânica na atualidade e ficou com o bronze.
Epke Zonderland (NED) caiu e não conseguiu defender seu título olímpico. Francisco Barreto (BRA) conquista um resultado histórico para o Brasil nesse aparelho: foi 5° colocado com 15,208; sem cometer grandes falhas, uma ótima participação.
Resultados completos aqui.
Texto de Cedrick Willian
Foto: Divulgação Rio 2016 - Alex Livesey