Pouco mencionada na mídia esportiva durante os Jogos do Rio, Lorrane dos Santos foi a quinta ginasta da equipe feminina. Ao lado de Daniele Hypólito, completou o 4° individual geral da equipe: competiu salto e paralela enquanto Daniele fez solo e trave.
Lorrane teve uma evolução incrível durante todo o ciclo. Sofreu com lesões e cirurgias, se recuperou e chegou ao Mundial de Glasgow, no ano passado, como melhor ginasta individual geral da equipe. Estava treinando com Oleg Ostapenko, que deixou o Brasil no fim do ano, e executando séries excelentes.
Na final do individual geral em Glasgow, mesmo com erros, terminou na 18ª colocação. Mais tarde, no Brasil, foi campeã brasileira, seu primeiro título. Lorrane vinha evoluindo muito, saudável e feliz com os treinamentos de Oleg, e suas séries tinha muito potencial de evolução.
Na ocasião, em entrevista ao blog, Lorrane anunciou vários upgrades pretendidos para o ano olímpico: um amanar no salto, uma nova série de paralela, trave e solo com novas ligações. Entretanto, por conta de uma lesão no pé que a persegue desde o começo do ano e o fim do "casamento" com Oleg, acabou não conseguindo evoluir como pretendia. Mas, mesmo assim, não deixou de lutar e ser importante.
Lorrane veio para os Jogos do Rio para pontuar certamente para a equipe. Mesmo lesionada e com dores, lutou muito para segurar seu yurchenko com dupla pirueta, salto importantíssimo para equipe, e sua paralela de nota acima de 14. Sem a presença de Lorrane na equipe, seria impossível, mesmo que por um instante, sonhar com um top 5 na final olímpica por equipes.
A ginasta, desde a categoria pré-infantil, tinha muito potencial e sempre foi vista como promessa. E, mesmo que não tenha sido da forma como pretendia, esteve na equipe que chegou aos Jogos Olímpicos. Quantas ginastas começaram a praticar ginástica no mesmo ano, no mesmo clube, com a mesma idade, e não conseguiram estar entre as cinco? É certo que muitas gostariam de estar nesse lugar, mesmo que "apenas" fazendo parte da equipe e contribuindo em dois aparelhos.
Lorrane tem muito do que se orgulhar: em sua primeira participação olímpica, conseguiu uma final por equipes e somou brilhantemente com todas as notas que obteve. Passou a competição sem nenhum erro ou quedas, e finaliza sua participação olímpica muito bem. Fez uma classificatória boa e uma final ainda melhor.
Fica a torcida para que Lorrane continue na luta pela ginástica do Brasil. Que tome um tempo de descanso para se recuperar das lesões e volte com todo o potencial que possui nos próximos anos. Mesmo podendo fazer mais do que fez no Rio, foi ao seu limite físico e competiu com tudo que lhe foi permitido: essa é uma atitude digna de ser lembrada e que representa bem o espírito olímpico.
Post de Cedrick Willian
Foto: Ivan Ferreira / Gym Blog Brazil
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