Mesmo depois de uma medalha olímpica, jornalistas desinformados e pessoas inconformadas continuam associando a imagem de Arthur Nory com o famoso episódio racista contra um dos colegas de equipe da seleção. Um ano depois da situação esclarecida e solucionada, qual resposta as pessoas esperam ao remexer e relembrar essa história?
As pessoas não "são", as pessoas "estão". Nory teve um episódio racista, Nory não é um racista. As atitudes daquele péssimo dia não foram repetidas, o que deixa claro a lição aprendida. O que tinha para ser feito, foi feito: o ginasta foi afastado da seleção, se arrependeu, pediu desculpas e seguiu em frente. O que mais ele poderia fazer? Abandonar a ginástica e continuar vivendo no erro do passado?
A nova exposição dos fatos ocorridos está sendo mostrada como uma grande novidade, sendo que a novidade é uma medalha olímpica e um enorme feito para a ginástica e o esporte brasileiro. Tentar queimar a imagem dele usando até suas fotos com Simone Biles (eles são amigos desde o Mundial de 2013) por algo que ele já pagou e se arrependeu beira o ridículo.
Os brasileiros deveriam se orgulhar do feito ao invés de remexer um passado desnecessário e já resolvido. A comunidade negra deveria ser orgulhar de Simone Biles, que já conquistou 3 medalhas de ouro nos Jogos do Rio e ainda tem chances de conquistar mais dois ouros. Orgulhar de uma ginasta que está mudando a história da ginástica assim como Nadia Comaneci fez em 1976. Orgulhar da equipe americana, que foi campeã olímpica com duas integrantes negras, uma judia e uma latino-americana. Ao invés de buscarem Nory nas redes sociais para atacá-lo mais uma vez, não seria mais interessante lotar a caixa de Simone Biles com mensagens de orgulho? O que é mais importante?
Essa forma de pensamento, que ao invés de fortalecer o positivo acaba reforçando o negativo, é completamente desnecessária. Continuar enxergando apenas o ruim, o feio, o errado, o preconceituoso, não é uma forma inteligente de vencer o preconceito. Tem muito mais orgulho negro envolvido nas conquistas de Simone Biles nessa competição do que nesse episódio isolado de racismo.
Esse texto não tem a intenção de diminuir os erros que Nory cometeu no ano passado. Esse texto reconhece sua falha e seu momento ruim, mas também reconhece e reforça o feito de Nory para o esporte brasileiro. Um atleta medalhista olímpico que errou como tantas outras pessoas já erraram, mas que com 22 anos ainda é um ser humano em construção.
Texto de Cedrick Willian
Foto: Ivan Ferreira / Gym Blog Brazil
Không có nhận xét nào:
Đăng nhận xét