O futuro da seleção feminina era brilhante! Enfim uma renovação de peso chegando. Rebeca Andrade, Milena Theodoro, Julie Kim, Flávia Saraiva e várias outras se tornaram seniores nesse ciclo. Mas, na hora "H", o plano quase vai por água abaixo... As lesões tomaram conta da nossa renovação e as esperanças no Mundial mais importante do ciclo continuam de pé. Afinal, o que pode acontecer no fim do mês?
Claro que a situação com Rebeca Andrade seria extremamente mais fácil. Ouso dizer que a classificação por equipes era garantida. 15.750 no salto, 14.600 nas assimétricas, 14.000 na trave e 14.850 no solo são notas que nenhuma seleção do mundo dispensaria. Rebeca era o brilho do Brasil esse ano, a base da equipe, nossa melhor "all-arounder" e chances reais de medalhas individuais em dois aparelhos. Só que a equipe vai sem ela. Sem ela, sem Julie e sem Milena.
Quais as chances da seleção feminina em Glasgow? Estamos falando de ginástica, de erros e acertos, de pequenos detalhes, de possibilidades. Com confiança e um bom desempenho, nem tudo está perdido. Assim como as nossas esperanças, a seleção feminina também continua de pé.
Chances reais
A equipe que viaja para Glasgow tem chances reais de terminar entre as 16 primeiras. Dessa forma conseguiria uma vaga para a repescagem no Evento Teste em abril do ano que vem, no Rio de Janeiro. Na repescagem, terminar entre as 4 melhores equipes e conseguir uma vaga nos Jogos Olímpicos é simplesmente possível, ainda mais quando a recuperação de Rebeca está previamente agendada para essa data. Para esse Mundial, a atual seleção é boa o suficiente para a conquista de uma vaga no Evento Teste.
Individualmente, é certa a participação de Flávia Saraiva na final do individual geral. Além disso, Flávia também tem séries para uma final de trave e para terminar entre as 15 primeiras no solo. Mais uma vaga para o Brasil é garantida no individual geral, mas a dúvida é de quem seria essa vaga.
Como ainda não saiu a "start list" do Mundial, não se sabe quais aparelhos cada ginasta irá competir. Tanto Daniele Hypólito como Lorrane dos Santos e Jade Barbosa podem ser a segunda ginasta a conseguir uma vaga na final individual geral. Dada a configuração da atual equipe é bem provável que essas sejam as que competirão em todos os aparelhos. A dúvida fica no salto, onde Daniele Hypólito pode não ser tão útil com seu yurchenko com pirueta e meia, último salto que apresentou em competições. Letícia Costa já apresentou um yurchenko com dupla pirueta em competições, enquanto Daniele e Thauany só apresentaram em treinos.
Independente do individual geral, Daniele pode terminar entre as 15 primeiras na trave e até no solo. Suas séries estão com notas D bem competitivas, valendo boas pontuações caso acerte. Lorrane também tem um solo muito bom e pouco consistente, o que gera dúvidas quanto às suas notas finais.
Aparentemente a equipe não terá nenhuma saltadora esse ano. Jade está voltando de lesão e não deve apresentar um segundo salto. Sem Rebeca e sem Jade, as chances de ver o Brasil sendo representado numa final de salto esse ano são praticamente nulas.
O que pode acontecer?
A classificação olímpica, que pode sim acontecer ainda esse ano. No último fim de semana, em um amistoso contra Alemanha e Suíça, o Brasil conseguiu pontuar 224.250 pontos. Ficou à frente da equipe alemã, concorrente direta na conquista da vaga, com uma pontuação que daria um 5º lugar no Mundial do ano passado. O terror das assimétricas parece ter ficado para trás. A nota conseguida pela equipe contou apenas com um yurchenko com dupla pirueta (Lorrane dos Santos) e com quedas e erros no solo e trave. Sem fazer uma competição perfeita, o Brasil conseguiu um ótimo somatório.
Analisando as notas conseguidas pelas equipes concorrentes esse ano, o Brasil não pode ser ignorado como um bom candidato a uma vaga na final por equipes. Tem França, Austrália, Itália, Alemanha e Canadá como seus principais concorrentes às ultimas vagas da final. Fica a nossa torcida por uma competição inspirada e sem grandes erros. Essas últimas vagas serão decididas de acordo com a consistência de cada equipe, quem errar menos leva. Por isso não podemos contar com erros dos adversários: nossas séries estão com boas dificuldades e o que temos que fazer é acertar!
Flávia Saraiva é a ginasta com maior possibilidade de sair com uma medalha desse Mundial, e essa medalha viria na trave. Com uma série bem forte, Flávia tem execução excelente e pode terminar entre as 3 primeiras nesse aparelho; seria a primeira medalha do Brasil na trave. Outra chance como essa aconteceu só em 2007, quando Jade se classificou para essa final no Mundial mas acabou tendo uma queda. Flávia também pode conseguir uma vaga na final de solo graças à sua performance artística que beira a perfeição.
Outra ginasta que tem possibilidades de uma final individual é Daniele Hypólito na trave. Justamente no amistoso contra a Alemanha, Daniele acertou uma série de trave muito boa e que contou com a nova sequência de flic + layout + layout. O mortal esticado melhorou, a série teve menos pausas e parece mais dinâmica e segura. Talvez a chance de uma final de trave para a Daniele em um Mundial nunca esteve tão próxima.
Apesar dos desfalques, temos a esperança no bom trabalho de toda a equipe e na recuperação das ginastas lesionadas no ano que vem. A classificação virá de qualquer forma e, nas Olimpíadas, as coisas podem fluir de uma forma bem melhor.
Post de Cedrick Willian
Foto: Ricardo Bufolin
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